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Açúcar

A HORA DA VERDADE
21/02/2014

Depois que todas as más notícias já foram colocadas para fora e devidamente consideradas pelo mercado, vamos ver qual será a reação agora com um quadro um pouco mais pessimista (em termos de volume de cana) em relação à safra de cana no Centro-Sul. Das otimistas previsões que circularam no inicio do ano, algumas tão robustas quanto 630 milhões de toneladas de cana, por exemplo, hoje essas mesmas já rodeiam os 615 milhões.

O mercado de café experimentou problema similar. Depois de amargar a maior queda das commodities agrícolas no ano passado, a falta de chuvas nas regiões cafeeiras aumentou a preocupação de que a seca vai quebrar a safra cafeeira bem acima das estimativas mais otimistas. A cana parece ir pelo mesmo caminho, pelo menos por enquanto. As previsões indicam que a safra 2014/2015 pode ter uma quebra em relação à safra passada (que foi de 595 milhões de toneladas) e chegar a um nível tão baixo como 575 milhões de toneladas.

Uma redução de 35 milhões de toneladas em relação à expectativa inicial com a qual o mercado estava trabalhando somada a mais 35 milhões de toneladas de cana, que é a aproximadamente o adicional de cana necessária para atender ao acréscimo da frota de veículos flex no Brasil durante esse ano, mais o volume de exportação de açúcar adicional (imaginando um crescimento do consumo mundial em torno de 2%) e o crescimento vegetativo do consumo interno, provoca um rombo total de 70 milhões de toneladas para a próxima safra. Como não dá para revogar a lei da oferta e demanda, esse rombo deverá se traduzir na forma de preços altos.

As chuvas que tivemos durante a semana e a previsão de mais chuvas nas próximas semanas são insuficientes para compensar a seca, segundo um analista ouvido pela Archer.

O binômio NY acima de 16 centavos de dólar por libra-peso e dólar rondando 2,4000 provocou uma corrida nas fixações dos retardatários, ou daqueles que se depararam com produção adicional de açúcar no final da safra 2013/2014. O fato é que não houvesse esse aumento substancial de fixações nas últimas semanas (a Archer só vai rodar o modelo no final da próxima semana), o mercado de açúcar de NY teria subido com mais vigor.

Por essas e outras é que o mercado futuro de açúcar em NY encerrou a semana com uma forte alta de 109 pontos no vencimento março/2014, cotado a 16,72 centavos de dólar por libra-peso. Os demais meses que se estendem até outubro de 2016 também fecharam em altas que oscilaram entre 20 e 108 pontos, ou seja, entre 4 e 24 dólar por tonelada.

Volatilidade e preços estão caminhando na mesma direção. O perigo agora é aqueles que venderam opções muito baratas começarem a se cobrir e alimentarem as opções ainda mais. Olhando para trás e lendo vários comentários semanais passados, por diversas vezes dissemos aqui que o índice baixo de volatilidade era preocupante se alguém quisesse vender seguro (opções de compra ou de venda) e que nunca esteve tão barato se proteger contra variações de preço. Agora chegou a hora da verdade. Como será que vai se comportar o mercado nas semanas que se seguirão até o início da safra?

Os spreads estreitaram fortemente na semana. O maio/julho e o julho/outubro estreitaram entre US$ 1.50-2.20 sinal de que quem está comprado nos meses futuros está antecipando essas compras com medo de menor safra ou mesmo de atraso no início da moagem, ou por especulação mesmo.

No acumulado do ano, o café é a commodity que mais subiu (53.1%) enquanto o açúcar subiu apenas 4% no ano. Nos doze meses acumulados, no entanto, o açúcar aponta queda de 4.6%. Será que os fundos vão virar a mão novamente? Ou seja, será que vão sair da posição desconfortável de vendido a descoberto e passarem a ficar comprados? 2014 pode sair melhor do que a encomenda, não é não?

Recebemos muitos e-mails essa semana de pessoas do setor se solidarizando com o desabafo, aqui reproduzido, do professor Marcos Fava Neves. É reconfortante saber que existem muitas pessoas de bem nesse país que, infelizmente, por um motivo ou por outro, nem sempre podem externar suas opiniões para não ferir suscetibilidades nem prejudicar as empresas em que atuam. Foi de muitas delas que recebemos e-mails de apoio.

Bom final de semana.

Arnaldo Luiz Corrêa

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