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Açúcar

ÁGUAS CALMAS ATÉ QUANDO?
13/09/2013

A semana se encerrou em NY com o contrato de açúcar com vencimento para outubro de 2013 cotado a 17,09 centavos de dólar por libra-peso. Uma alta de 30 pontos (6,60 dólares por tonelada) na semana. Os demais meses cotados na bolsa de NY fecharam igualmente em altas que oscilaram entre 31 e 47 pontos (basicamente entre 7 e 10 dólares por tonelada). Da mesma forma que aconteceu a semana passada, a alta foi praticamente neutralizada com a valorização do real. Assim, em verdade, em reais por tonelada, o mercado fechou com uma alta magricela de 7 reais por tonelada na semana, a R$ 895,00 (média do ano R$ 841,70).

O mercado de açúcar continua navegando em águas calmas enfrentando vez por outra uma ondinha mais forte, mas nada que respingue muito no barco. Os números não mentem: nos últimos 30 dias o mercado negociou numa faixa de preço bastante estreita, isto é, 107 pontos entre a máxima e a mínima, a mais baixa desde julho/2013. Se a gente pegar os últimos 1.000 pregões (que correspondem a quatro anos) e tirarmos uma média mensal chegamos a 378 pontos de oscilação, com o mínimo de 75 pontos (em março/abril desse ano) e a máxima de intimidantes 977 pontos (fevereiro/março de 2010). A comparação pode não ser justa porque fala de números absolutos e não de números relativos. Falar de 977 pontos de oscilação com NY a 33 centavos de dólar por libra-peso é diferente se o mercado tivesse 20 centavos de dólar por libra-peso, por exemplo.

Em valores relativos, a oscilação mensal (pelo critério de faixa de preço dividida pelo fechamento do dia) está em torno de 6,25%, que nos 1.000 dias analisados tem uma média de 16,34% (!!!). Quantas vezes o mercado oscilou, em bases mensais, abaixo de 6,25%, nos últimos 1.000 pregões? Apenas 43 vezes. E dessas 43 vezes, quantas ocorreram em 2013? Todas. Ou seja, estamos num mercado mais manso que gato de armazém. Particularmente tenho certa prudência contra mercados muito calmos assim como águas muito calmas. Poder-se-ia dizer que o volume tem caído e isso faz com que os mercados fiquem mornos e insossos. Pura mentira. O volume de contratos futuros negociados este ano em NY é de 22,303 milhões, projetando 32 milhões para o ano. Se isso ocorrer, será o maior volume da história do contrato de açúcar desde sua criação no atual modelo (1961). Será que essa calmaria vai persistir?

Vale notar também que os fundos não-indexados estão apenas 7.000 lotes vendidos (meras 350.000 toneladas de açúcar equivalente). Isso significa que em uma semana (contada de terça a terça) eles se cobriram (recompraram suas posições vendidas a descoberto) em 64.500 contratos. Difícil dizer que essa movimentação pode significar uma virada de mão por parte dos fundos (de vendidos para comprados) e/ou que o mercado possa ter uma subida de preços. Mas merece uma análise criteriosa.

Usando a média do Consecana para a safra atual e dólar de fechamento da sexta-feira, o modelo da Archer Consulting calcula o custo de produção de açúcar no Centro-Sul como sendo de R$ 34,7006 por saca posto Usina, sem custo financeiro. Isso equivale a 15,79 centavos de dólar por libra-peso FOB Santos. Uma usina que tenha o mix aproximado desta safra tem um resultado operacional (fechamento de sexta-feira) de 3,40 dólares por tonelada de cana moída. A despesa financeira média das usinas, dizem os analistas, está em torno de R$ 15 por tonelada.

Quem não aproveitou o dólar forte agora fica roendo as unhas. Há um mês, a combinação do fechamento de NY com o dólar chegou a R$ 798,48 por tonelada posto na Usina. Mas não desanime: para a safra 2014/2015 considerando fechamentos de sexta-feira e contratos a termo de dólares para os vencimentos nos meses de fechamento da bolsa em NY, pode-se hedgear ao equivalente a R$ 845 por tonelada posto Usina, uma remuneração média de 20% acima do custo de produção. Não fossem os entraves de liquidez e coragem, para a 2015/2016 essa remuneração salta para 32,9%, ou seja, cerca de R$ 920 por tonelada posto usina. A última vez que tivemos esse retorno foi em agosto de 2012.

Pouca gente ouviu falar de Grover Cleveland. Ele é o único presidente dos Estados Unidos a ter tido dois mandatos não consecutivos. O primeiro no período 1885-1889 e o segundo 1893-1897. Cleveland era um democrata e não raramente elogiado pela oposição republicana que o apoiou em 1884 quando ele lutava contra a corrupção política. No seu segundo mandato, o país enfrentou uma depressão econômica (conhecida como o Pânico de 1897) que levou uma série de bancos a falirem devido aos enormes e impagáveis financiamentos para a construção de estradas de ferro. Cleveland não conseguiu reverter a crise mas sua reputação de honestidade e caráter sempre foram realçadas. Numa dessas crises, Cleveland disse uma frase genial: “Em águas calmas, todo o navio tem um bom capitão”.

Bom final de semana a todos

Arnaldo Luiz Corrêa

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