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Açúcar

MUITA ESPUMA
15/11/2013

O mercado futuro de açúcar em NY fechou a semana com baixa de 52 pontos no vencimento março/2014, encerrando a semana cotado a 17,56 centavos de dólar por libra-peso, a menor cotação desde 30 de setembro. O volume de contratos negociados, exceção feita ao dia do incêndio nos armazéns da Copersucar, tem sido muito fraco.

A demanda continua fraca e o mercado está em compasso de espera no que se refere à metodologia de formação de preço da gasolina que pode dar o tom para o mercado a partir de então. No físico do açúcar, sem novidades, embora um executivo da área comercial de uma trading comenta que com “a recente baixa, tivemos alguns pedidos de preço por parte dos compradores interessados para o oeste africano, mas outras tradings são impressionantemente mais agressivas”. Muita espuma, mas pouco negócio, é o resumo da conversa.

Mesmo com a queda em NY entre 4 e 11 dólares por tonelada, não podemos deixar de apontar que o preço em reais por tonelada tem ficado acima dos 920 FOB Santos, bem acima da média anual de 860 reais por tonelada e dos 866 reais por tonelada da média da safra.

A UNICA divulgou o número de moagem no Centro-Sul acumulado até o final de outubro, como sendo 510 milhões de toneladas. Nas últimas 5 safras, nesse mesmo período, o volume acumulado moído representou entre 81,72% e 93,30% do número final de moagem. Na média ficou em 86,5%. Seguindo esse cálculo, alcançaríamos 589 milhões de toneladas de cana, com 33,487 milhões de toneladas de açúcar e 25,310 bilhões de litros de etanol. O número da Archer é de 33,401 milhões de toneladas e 24,507 bilhões de litros, na estimativa de 2 de setembro.

As vendas de etanol anidro, para o mercado interno e externo, de abril até outubro, acumularam 6,8 bilhões de litros, projetando para a safra 2013/2014 um total de 11,1 bilhões de litros. As vendas estão se acelerando ligeiramente. Com o hidratado, no mesmo período tivemos 8,7 bilhões de litros projetando 13,8 bilhões. Ou seja, podemos acumular 24,9 bilhões de litros na safra, o que indica que poderemos ter uma situação apertada na entressafra. O anidro já negocia aproximadamente a 35 pontos de prêmio sobre o açúcar em NY (há seis semanas negociava a 15 pontos de prêmio).

O conselho da Petrobrás deverá aprovar em 22 de novembro um mecanismo de ajuste de preços que fará com que os combustíveis no país sigam o preço praticado pelo mercado internacional do petróleo e derivados. A vantagem dessa metodologia é a correção imediata de uma distorção que não apenas tem sangrado o fluxo de caixa da estatal do petróleo, mas também obriga os contribuintes a bancarem o subsídio via congelamento de preços da gasolina dado aos proprietários de automóvel.

A tão aguardada transparência na formação de preço da gasolina, abandonada por esse governo e pelo anterior, propiciará o retorno dos investimentos no setor que deverá expandir ao longo dos próximos anos para atender a uma demanda de etanol que chegou a atingir 62,3% dos veículos flex no final da última década, para menos de 30% nos dias de hoje.

No tsunami de investimentos estrangeiros que o setor recebeu no passado muitos deles foram suportados por premissas que não se concretizaram, como a continuação do preço do petróleo cada vez mais caro (no primeiro semestre de 2008 atingiu 138 dólares por barril), por exemplo. Naquele ano, as previsões davam conta de que o Brasil seria um grande exportador de etanol para o mundo já agora em 2013. O Brasil iria, pelas projeções da época, chegar hoje na 2013/2014 com uma produção de cana entre 720-800 milhões de toneladas.

O fato é que houve expansão focada principalmente na produção de etanol e em seguida, o surgimento do pré-sal que fez com que o governo virasse as costas para o setor. Com preço da gasolina congelado desde 2005, as usinas se viram com metade do canavial destinado ao açúcar, cujo preço segue o mercado internacional e propicia a utilização de mecanismos de proteção contra variações negativas de preço no mercado, e a outra metade à paridade com a gasolina, nos postos de abastecimento, que tem o preço administrado politicamente.

Não há setor produtivo que consiga sobreviver à manipulações ou subsídios de preço. A sociedade acaba pagando um preço muito alto por isso: o sangramento do caixa da Petrobrás (que vende a gasolina a um preço menor do que lhe custa na importação), o subsidio ao consumidor de gasolina pago pelo contribuinte (tendo este automóvel ou não), o gasto com a importação de gasolina que toma o espaço que poderia ser do etanol, gerando empregos, novas unidades de produção.

Basta dizer que se tivéssemos transparência na formação de preços, o setor poderia hoje ter pelo menos umas 50 usinas com todos os benefícios que elas trazem para as regiões onde se instalam: empregos diretos e indiretos, geração de renda e impostos, criação de riqueza, etc. A implantação do mecanismo de formação de preços é importante, mas precisamos mais: a equalização do ICMS que permita que o etanol seja consumido em outros estados, financiamento de estoques, estoques reguladores, entre outros.

Será que dessa vez vão deixar o setor trabalhar?

Bom final de semana para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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