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Açúcar

MUITA LENHA PARA QUEIMAR
28/02/2014

NY fechou a semana com o contrato futuro de março/2014 se despedindo da tela a 16.47 centavos de dólar por libra-peso, queda 25 pontos na semana (perda de 5,50 dólares por tonelada) destoando do restante dos meses de negociação ao longo da curva de preços, que se valorizou entre 7 e 52 pontos na semana (ou quase 2 a 11 dólares por tonelada). A sessão de sexta-feira foi mais pressionada principalmente pela expiração do contrato de março e pela pouca ou nenhuma disposição por parte dos comprados de querer receber o açúcar fisicamente. Assim, o spread foi pressionado até que rolassem suas posições compradas para o vencimento seguinte e, quem sabe, mais adiante, se o mercado reagir fortemente em relação à seca, aí sim, receber o açúcar.

Apesar da pressão, o mercado de açúcar em NY fechou o mês de fevereiro como a segunda melhor rentabilidade entre as commodities agrícolas negociadas em bolsa. Um acréscimo de 18% aproximadamente. Um pouco tímido, é verdade, se comparado ao café que apenas nesse mês subiu 56%. No acumulado do ano de 2014, o desempenho do açúcar é mais fraco: apenas 8% de recuperação. E, nos últimos doze meses, o açúcar ainda apresenta queda de 3,5%. Isso tudo é para dizer o seguinte: existe ainda uma enorme chance de que não tenhamos visto a alta desse mercado. Longe disso. Tem muita lenha pra queimar ainda. Explico a seguir.

Os números de previsão de safra de empresas absolutamente insuspeitas mostram que 2014/2015 pode ter uma produção de cana no Centro-Sul menor do que o da safra passada. Não raramente estamos vendo previsões ao redor de 570 milhões de toneladas de cana. Já gastamos tinta aqui nesse espaço discorrendo acerca do que pode acontecer com os preços em NY caso essas previsões se confirmem. A Archer deve ter sua 1ª. previsão na próxima semana.

O mercado, leia-se a maioria das tradings, ainda não está tão animado assim com a recuperação de preços. Muitas tradings perderam dinheiro no basis (a diferença entre o mercado físico e o mercado futuro, também conhecido como prêmio ou desconto). Assim, os recentes descontos do açúcar no mercado físico afundaram porque as tradings não quiseram tomar novas posições que apenas iriam somar às anteriores que já amargavam prejuízo. Novas compras só se o desconto fosse generoso. Dessa forma, poucos negócios novos foram feitos já que os contratos comerciais vigentes apresentavam prejuízos na marcação a mercado. Cachorro mordido por cobra tem medo de linguiça.

Mas o tempo/clima mudaram o cenário. Os fundos estavam vendidos com preço médio de entrada de 17,55 centavos de dólar por libra-peso base maio/2014 e estavam com um lucro não-realizado na casa dos 150 milhões de dólares. Aí faltou a chuva. Números menos otimistas de produção de cana no Centro-Sul começaram a pipocar e a preocupação dos operadores que estavam vendidos a descoberto acionou recompra de posição no mercado futuro de NY e os preços reagiram violentamente. Não apenas a direção mudou, mas também a volatilidade (percepção de risco), que chegou a negociar 15% agora está na vizinhança dos 30%. Doeu no bolso de quem estava vendido opções.

O frisson provocado pela perspectiva de menor volume de cana para este ano trouxe uma avalanche de contratos negociados e queda nas posições em aberto. A média de contratos negociados diariamente em fevereiro (apenas futuros) ficou acima de 220.000 lotes (90% maior que a média diária de janeiro/2014, por exemplo, ou 1/3 a mais do que a média diária de fevereiro de 2013). Ou seja, de um lado os fundos recomprando suas posições vendidas e do outro, as usinas retardatárias que ainda tinham fixação de preços pendentes para ao açúcares a serem embarcados contra os vencimentos marco e maio/2014 na bolsa, que aproveitaram os preços mais interessantes (em reais por tonelada) e detonaram o que podiam.

Note, caro leitor, que estamos falando dos fundos de um lado e das usinas do outro. E as tradings? Não parece ao mercado que elas estejam preocupadas, nesse momento. Haja vista que a entrega de março, expirado nessa sexta-feira, foi um completo não-evento. O spread março/maio chegou a ser vomitado a 119 pontos de desconto. Ou seja, ninguém quer açúcar físico nesse momento. Para entrar e comprar novamente, as tradings vão primeiro desovar o que ainda possuem via contratos. Quando o quadro estiver mais claro (se a queda de produção de cana se confirmar), aí sim elas podem entrar novamente. Resta saber se o mercado vai esperar por elas.

O Demarest Advogados, com o apoio da Archer Consulting e da ABAG, está promovendo o Seminário “Cenário Político e Econômico e Perspectivas para o Agronegócio”, no próximo dia 11 de março, terça-feira, das 13:30 às 18:00 horas, no Auditório do Instituto Tomie Ohtake – na Rua Coropé, 88 – Pinheiros, São Paulo – SP com as presenças, entre outras, do jornalista e colunista Reinaldo Azevedo e do economista e sócio da MB Associados, José Roberto Mendonça de Barros. As vagas são limitadas e atendidas pela ordem de chegada. Faça sua reserva no e-mail eventos@demarest.com.br

Estão acabando as inscrições para o XXI Curso Intensivo de Futuros, Opções e Derivativos dias 25, 26 e 27 de março de 2014, no Hotel Ramada, em São Paulo. Depois desse, só em setembro/2014.

O sistema de governo do Brasil, com 10 anos de PT, não é a democracia. Aqui optou-se pela cleptocracia, que ocorre quando a maior parte do sistema público de um governo é dominada por pessoas que praticam corrupção política, institucionalizando a corrupção e seus derivados como o nepotismo, o peculato, a formação de quadrilha, etc de forma que estas ações criminosas ficam impunes, já que todos os setores do poder estão corrompidos, desde a Justiça e todo o sistema político e econômico. O Brasil está no fundo do poço moral. Resta saber como e quando sairemos desse lamaçal.

Bom Carnaval para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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