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Açúcar

PREÇOS MAIS FIRMES NO SEGUNDO SEMESTRE DO ANO
07/03/2014

O mercado de açúcar em NY encerrou a sexta-feira negociando o vencimento maio/2014 a 18.01 centavos de dólar por libra-peso, uma valorização na semana de 35 pontos, ou 7.72 dólares por tonelada. Também os outros meses de vencimento apresentaram apreciação quase que linear ao redor de 42 pontos, quase 10 dólares por tonelada. Os fundos não-indexados podem estar comprados em cerca de 100.000 contratos segundo estimativas de um corretor de futuros de NY. Ou seja, 5 milhões de toneladas equivalente de açúcar estão agora nas mãos grandes e gordas dos fundos. As tradings devem ter fixado esta semana mais 21.000 contratos (veja número de fixação da Archer logo abaixo). O que se pode inferir da movimentação esta semana, é que o mercado está começando a ficar mais interessante.

No entanto, como convém a todo gestor de risco, especial atenção deve ser dada ao fato de a volatilidade das opções ter diminuído o ímpeto nesta semana. A volatilidade das opções de maio/2014 (sempre olhando a opção no-dinheiro, cujo preço de exercício é o mais próximo do valor negociado pelo contrato) despencaram para 25.9% nesta sexta-feira comparada com 29.5% da semana passada. 3.6% de queda numa semana é muito significativo. Isso quer dizer que as proteções que precisaram ser feitas por razoes de redução de exposições ao risco já foram feitas. Assim, a demanda por seguro contra oscilações de preços esfriou e os prêmios, por consequência, caíram. Por outro lado, as opções com vencimento para outubro/2014 e março/2015 subiram até 4%. Traduzindo: o mercado está extremamente preocupado com a trajetória de preços para o segundo semestre. Muita atenção nisso. O mercado está preocupado que os preços para o segundo semestre possam oscilar fortemente tão logo a pressão (?) no início da safra no Centro-Sul passe. Fique de olho.

Outra observação pertinente é que mesmo com o mercado futuro de açúcar em NY negociando os preços mais altos dos últimos quatro meses, os valores de liquidação em reais por tonelada, tomando-se por base o fechamento do primeiro mês de negociação do mercado futuro convertido em reais pela taxa publicada pelo Banco Central ainda estão abaixo das recentes altas. Este ano, por exemplo, o valor mais alto em reais por tonelada foi de R$ 936.04 (NY a 17.41 e dólar a 2.3438), abaixo da média de outubro/novembro de 2013, por exemplo, que foi de R$ 941.65 por tonelada. A média de 2014 está em R$ 865.13 por tonelada ligeiramente acima da média do ano de 2013 de R$ 864.39. Pode subir mais? Pode e certamente subirá.

O que pode impedir NY de subir mais? Uma desvalorização substancial do real. Dólar a 2.6000 pode jogar NY para 15.50 e dólar a 2.3000 (quase alcançado nessa semana) vai ter que empurrar os preços do açúcar em NY em função da arbitragem do etanol no mercado interno e mesmo o açúcar para consumo doméstico. Assim sendo, temos muito mais espaço para subir do que para cair. Isso não quer dizer que não vamos continuar a ver correções de preço, principalmente m função de oscilações da moeda e alterações no cenário macro. Pode-se até errar a entrada numa posição comprada construída com o intuito de aproveitar a ainda esperada segunda onda de subida de preços, mas pode ser muito custoso fazer-se uma posição vendida nesse mercado sem nenhuma cobertura no físico.

Mais um ingrediente: se olharmos a margem sobre custo de produção nos últimos doze meses, percebemos que o anidro foi basicamente o único produto que apresentou retorno positivo sobre o custo de produção. O hidratado passou metade dos últimos doze meses sendo negociado no mercado a preços inferiores ao custo de produção. Se estimarmos o custo do serviço da dívida das usinas em 15% ao ano, para ser otimista, o retorno de hidratado e anidro justificam que tenhamos um acréscimo no mix em prol de mais etanol. Ou seja, menos açúcar será produzido nesta safra.

O volume estimado de fixação de preços para o açúcar de exportação da safra 2014/2015, baseado em 28 de fevereiro, segundo o modelo desenvolvido pela Archer Consulting, aponta que 46,5% dos açúcares para exportação já estão fixados ao preço médio de 17.33 centavos de dólar por libra-peso, sem prêmio de polarização. A fixação média em reais por libra-peso é de 40.07 sem prêmio de polarização e o dólar médio obtido pelas usinas foi 2.3115 na safra, até o momento.

A Archer divulgou sua primeira estimativa de safra de cana de açúcar no Centro-Sul. O volume é de 590 milhões de toneladas de cana (uma redução de 1% em relação à safra anterior), distribuídas em uma produção de 33 milhões de toneladas de açúcar e 25.8 bilhões de litros de etanol. A redução do volume de cana estimada deveu-se à falta de chuvas nas regiões produtoras de cana, afetando de maneira decisiva a disponibilidade da matéria prima.

Pela primeira vez esse comentário semanal alcança a marca de 4.000 pessoas na lista de distribuição. Muito obrigado pelo prestígio.

Bom final de semana para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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