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Café

 MACRO E CLIMA AJUDAM AS COTAÇÕES DE CAFÉ
11/10/2015

Com tanto dinheiro impresso no mundo e mais estímulos esperados para evitar deflação fizeram os investidores voltarem a alocar seus recursos em ativos de risco durante a semana. Desde 2011 diversos índices acionários não tinham subido tanto como nos últimos cinco dias, um reflexo parcial da percepção de que o FOMC não aumentará os juros americanos até a primeira metade do ano de 2016.

Mercados emergentes se beneficiaram do maior apetite ao risco provocando uma apreciação de suas moedas. O enfraquecimento do dólar americano também contribuiu para o rally dos índices de commodities, com as melhores performances entre os componentes do CRB lideradas pelo suco de laranja, petróleo, gado, níquel e açúcar.

O café em Nova Iorque ficou na sexta colocação apreciando 3.10% na semana, e Londres puxou 2.85%. Além do ambiente macroeconômico favorável, as altas do arábica e do robusta foram também alimentadas pelo clima. No Brasil o volume de chuvas esperado para as principais regiões produtoras deixa em alerta os baixistas. A situação no Espírito Santo é a mais preocupante, embora não transpire tanto no noticiário. O racionamento que atinge diversos municípios limita também o cuidado e a irrigação das árvores do conillon – é bom atentarmos para o andamento da situação por lá

No arábica as chuvas no Sul de Minas não voltaram de maneira consistente e em volumes significativos, e cada dia que o prognóstico não aponta uma possibilidade de melhora nas precipitações, menos vendas aparecem no mercado futuro e, do contrário, os participantes, receosos, compram proteções de alta.

O pregão de sexta-feira teve um volume de mais de 21 mil lotes de negociações de opções de compra (calls) fazendo com que a volatilidade implícita saltasse no mesmo dia 4%  –  mais do que subiu a cotação do futuro na semana inteira.

As opiniões se dividem entre os que acham ser prematuro se preocupar depois de um setembro tão “molhado” e os que falam de uma potencial perda da florada que abriu.

Como comentei neste espaço na semana anterior, muita gente está “confortável” apostando em uma grande safra brasileira em 2016/2017, não dando tanta atenção à necessidade de um quadro climático favorável. As altas temperaturas que os produtores têm observado no campo os fazem mais precavidos, motivo inclusive de uma movimentação do físico relativamente menor do que poderia estar acontecendo.

O FOB passou impressões distintas entre os comerciantes, com alguns mencionando ofertas mais baratas de qualidades melhores do Brasil, e produtores e intermediários mais agressivos no Vietnã – muito embora quem precisa comprar volume tem que pagar diferenciais ainda caros. Os vietnamitas aproveitaram a subida do terminal para descarregar fixações, reflexo de tanto tempo que vinham segurando vendas e do alívio de não terem sido “stopados” abaixo de 1500 dólares por tonelada.

A favor dos baixistas continua o ritmo alto das exportações brasileiras, 3,08 milhões de sacas em setembro, e os estoques visíveis que por ora só caem entre os certificados do contrato “C”. Fora isso o cenário já está bem menos baixista, tanto para o Real brasileiro, que não só parou de desvalorizar, mas voltou a negociar a 3.75, como também à tolerância ao risco mencionada nos dois primeiros parágrafos.

Notícias sobre os efeitos do El Nino por ora não atraíram atenção de quem potencialmente pode ficar altista, assim como ainda não vi ninguém comentar que os fundos de índice vão ser compradores de café no começo do ano de 2016 – dada desvalorização acentuada desta commodity em 2015.

O relatório do CFTC que mostra a posição dos comitentes indicou a cobertura de 7,954 contratos dos fundos até a última terça-feira. Nos últimos três dias outros 5 mil contratos devem ter sido liquidados. Os comerciais sabiamente estão aproveitando para vender, não por que não acreditem que há espaço para subir mais, mas pela cautela de travar preços que são suficientes para pagar suas contas.

A preocupação sobre as chuvas no Brasil traz de volta o mercado climático, o que significa dizer que a cada dia sem prognóstico de chuva relevante os preços vão subir, assim como tão logo se veja precipitações volumosas as cotações derreterão.

Uma excelente semana e muito bons negócios a todos,

Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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