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Açúcar

RUÍDOS ATRAPALHAM DECISÃO
14/08/2020

“Cuidado com as pequenas despesas. Um pequeno
furo pode afundar um grande navio.”

 
Benjamin Franklin (1706-1790)
Diplomata e cientista norte-americano.

O mercado futuro de açúcar em NY teve um formidável desempenho nesta semana encerrando a sexta-feira com o contrato para vencimento em outubro/2020 negociando a 13.10 centavos de dólar por libra-peso, uma elevação de quase 11 dólares por tonelada em relação à semana anterior.

Como a moeda brasileira frente ao dólar terminou a semana praticamente na mesma cotação do período anterior, as cotações do açúcar em NY convertidas em reais subiram R$ 40 por tonelada para as safras 21/22 e R$ 26 para a safra seguinte. Nos vencimentos curtos, a valorização foi de mais de R$ 50 por tonelada na semana. O vencimento outubro/2020 encerrou a sexta-feira a R$ 1,633 por tonelada.

Várias teorias surgem para justificar os preços mais robustos do açúcar e cada analista pega para si a história que melhor lhe convém. Para não incorrer nos mesmos erros do passado, quando vimos usinas deixarem de fixar os preços do açúcar para exportação a níveis absolutamente remuneradores na vã esperança de que as altas continuariam indefinidamente e, sabedores que somos que não temos como adivinhar o futuro, o melhor que se tem a fazer é agarrar ao que temos de concreto nesse instante ao invés de nos afogarmos em elucubrações sem fim. Ou seja, fixar é uma boa estratégia. Mas, por quê?

Nos últimos dez anos, em apenas 1.36% dos eventos, o valor do primeiro vencimento em NY foi superior a R$ 1,633 por tonelada (valor nominal). A valores corrigidos pelo IGPM, em apenas 1/3 das vezes. Nos últimos cinco anos, em valor nominal apenas 2.73% das vezes, já em valor corrigido, em 28.5% das ocasiões. Mas, se ainda assim, a usina não se sentir segura, pode comprar uma call (opção de compra) out-of-the-money (opções fora-do-dinheiro) no preço de exercício que se aproxime do valor nominal mencionado de 10% a 20%. Fale com seu gestor de risco.

Objetivamente, acreditamos que a melhora dos preços nos vencimentos mais curtos deve-se em primeiro lugar, à movimentação temporária de compras imediatas de consumidores finais com a expectativa de que os efeitos nocivos da pandemia do covid-19 nas economias se abrandem e, se isso ocorrer, já estarão posicionados para atender ao mercado consumidor. Esse fato não ocorreu apenas no açúcar, mas em outras commodities também.

No açúcar, no entanto, os fundos estão comprados num volume significativo e o número do CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos, que regula os mercados de futuros e opções das commodities, aponta que eles estão long em 151,474 lotes. Em nossa opinião, como anteriormente falamos, os fundos possuem uma posição vulnerável.

Em segundo lugar, a curva de preços em NY está sofrendo enorme pressão nos vencimentos mais longos porque o real desvalorizado incentiva às usinas a aumentarem seus volumes de fixação de preço. Nesta semana, como dissemos, o vencimento outubro/20 se valorizou em quase 11 dólares por tonelada, enquanto os vencimentos da safra 21/22 se valorizaram na média 7.25 dólares por tonelada e na safra seguinte em 5 dólares por tonelada apenas.

Em terceiro lugar, não vamos esquecer que as compras no mercado futuro tem sido motivadas por algoritmos (chamadas system buying), robozinhos que identificam oportunidades com base em engenhosas estruturas matemáticas alimentadas por uma pletora de dados e correlações, ao mesmo tempo que você, do outro lado da mesa, olha pra tela tentando adivinhar “o que será que está acontecendo”. Tão científico quanto isso.

Em cinco meses, o spread entre outubro de 2020 e outubro de 2022 abriu 30 dólares por tonelada, isto é, o vencimento mais curto se valorizou ante o vencimento mais longo. E isso tem enorme influência da valorização do dólar que em março negociava na média em R$ 4,8900 e em agosto está em R$ 5,3800.

O mercado pode subir ainda em centavos de dólar por libra-peso? No curto prazo, acreditamos que sim. Curto prazo aqui definido como até a entrega de outubro. Como dissemos, agosto e setembro são os meses cruciais para entendermos melhor a extensão da retração do consumo em nível global.

Algumas economias estão voltando, o tombo na arrecadação foi grande (veja o Reino Unido e a Zona do Euro), a China está refazendo seus estoques estratégicos, a Indonésia veio às compras e pairam dúvidas sobre a renovação do subsídio indiano. Também podem afetar os preços – segundo analistas fundamentalistas – o fato de o Brasil estar razoavelmente bem fixado e um eventual movimento acelerado de compras em NY pode não encontrar vendedores. Esse – para mim – é o argumento mais fraco.

Os fundos compraram 54,000 contratos e moveram o mercado em magros 75 pontos. Assumindo que eles voltem a ter aquela imensa posição comprada de outrora, que era de 220,000 lotes, isto é, se quisessem repetir esse recorde, em tese, o mercado teria fôlego para subir mais uns 50-70 pontos.

Para o mercado se sustentar com preços ao redor de R$ 1,600 por tonelada precisamos contar com uma série de coincidências extremamente favoráveis. Vamos monitorar e ficar bem atentos às movimentações. Mas, é bom lembrar: o mercado físico de exportação, apesar da fila de navios em Santos, não está refletindo isso no basis, que estão mais fracos. São muitos os ruídos que atrapa;ham o processo decisório.

Continuam abertas as inscrições para o 34º Curso Intensivo de Futuros, Opções e Derivativos – Commodities Agrícolas on-line e ao vivo. As aulas ocorrerão nas primeiras duas semanas de setembro. Clique no link a seguir para mais informações https://youtu.be/YyoR2BcpyI8 . As vagas são limitadas e você pode pagar em até 10x.

Um bom final de semana a todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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