fbpx

MENU

MENU

13 3307.5064 | 13 3307.5065

Açúcar

NÃO É UM DISCO QUEBRADO
26/03/2021

O contrato futuro de açúcar com vencimento para maio/21 encerrou a semana cotado a 15.19 centavos de dólar por libra-peso na bolsa de NY, uma expressiva queda de 58 pontos na semana, equivalentes a 13 dólares por tonelada.

Os fundos não-indexados liquidaram 28,000 lotes, segundo os dados publicados pelo CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos, que regula os mercados de futuros e opções das commodities, que refletem a posição deles na última terça-feira. Pela diferença da cotação entre as duas terças, para simplificar o raciocínio, o mercado variou 123 pontos, isto é, cada ponto de queda demandou vendas de 228 contratos. Certamente a pressão do mercado foi intensificada com as vendas provocadas pelos robôs, algoritmos e outros afins. Não vejo porque os fundos deixariam de liquidar uma posição ainda exitosa financeiramente.

É bom lembrar que a Índia acelerou seus registros de exportação de açúcar (4.2 milhões de toneladas) aproveitando os preços altos verificados em NY há 30/45 dias. Os fundamentos do açúcar impedem que os preços se mantenham acima dos 16 centavos de dólar por libra-peso, como temos por várias vezes comentado nesse espaço. A menos que haja algum fator exógeno, o que não tem ocorrido até o momento.

Os preços atuais, considerando a desvalorização do real em quase 5% no acumulado da semana que passou (R$ 5,7584) colocam a safra 22/23 com preço médio nos meses que a compõem em quase R$ 1,900 por tonelada para as usinas brasileiras. Para a Índia, o preço de equilíbrio com o subsídio é de 14.75-15.00 centavos de dólar por libra-peso, abaixo do nível atual de NY. O mercado tem mais espaço para ir para os 14 centavos de dólar por libra-peso do que podíamos imaginar. Mas, o suporte pode ocorrer mais adiante.

É importante notar que a Índia é um país extremamente dependente de petróleo e gás natural, importando ao redor de 75% de sua necessidade. Juntamente com a China e o Irã, o país está entre os cinco cujo consumo nominal de petróleo mais se acelerou nos últimos anos. Em volume absoluto, o país é o 3º do mundo em consumo de energia primária (petróleo, gás natural, carvão, energias nuclear, hidrelétrica e renováveis) atrás apenas da China e dos EUA, mas cresce a uma taxa de 5.2% ao ano, acima dos dois primeiros. Além disso, o consumo de energia per capita na Índia cresce a uma taxa anual de 4.0%, enquanto a média mundial é de 0.4%. O país praticamente importa 10% de todo o petróleo negociado no mercado internacional.

Não é por outra razão que o a Índia deve aumentar a participação do etanol carburante na mistura com gasolina. Economizar dólares na importação de petróleo e compensar parte do subsídio que dá ao açúcar são os benefícios mais visíveis além da redução de emissão de CO2 e os efeitos na saúde pública.  A questão é qual percentual e com que celeridade essa migração vai ocorrer. A Índia é um dos poucos países que, junto com a Indonésia e o Paquistão assistem a um aumento consistente do consumo per capita de açúcar aliado a um crescimento populacional robusto. Os três serão responsáveis por pelo menos 1/3 do aumento previsto no consumo mundial de açúcar para os próximos cinco anos que deve ser de 1.15% ao ano.

De maneira geral, o quadro fundamentalista no açúcar no curto prazo está enfraquecido. As economias minguando e as previsões de crescimento no Brasil, por exemplo, já colocam a expansão da frota de veículos leves e o consumo de combustíveis ciclo Otto na berlinda. O petróleo lá fora vai precisar de muito encalhamento de navio no canal de Suez para se sustentar acima dos 60 dólares por barril. Preços só melhoram com a ajuda de fatores extra fundamentos.

Não, isso não é um disco quebrado.

==

A elite dos empresários brasileiros, e muitos deles do agronegócio, começa a desembarcar do Titanic a caminho do iceberg em que se transformou o Brasil, tendo como comandante um tresloucado mitômano. Junto com ela, o Centrão, aquele velho e desgastado amontoado de partidos políticos cuja única ideologia é ficar perto do poder central (daí o nome)  e assim perpetuar as vantagens e privilégios das quais se alimentam. Como disse um analista político, o Centrão pode até ir ao enterro, mas não se abraça a afogado. E o afogado em questão é o ocupante do Palácio do Planalto. Com popularidade em baixa acelerada e seguido cada vez mais por cada vez menos, com chances reais de ter como oponente o Al Capone brasileiro para as eleições de 2022, tanto a elite (aqui considerada na verdadeira acepção da palavra) brasileira, quanto o Congresso vão ter que encontrar uma terceira via para tentar afastar o Brasil de duas alternativas macabras: ter um fim horroroso ou um horror sem fim.

Tenham todos um ótimo final de semana.

Arnaldo Luiz Corrêa

Receba comentários semanais do mercado







Saiba mais sobre nossos cursos in company

Confira valores, disponibilidade e datas.

Estou interessado

Café

RUMO AOS 330 C/LB?

20/04/2024

ler mais

Açúcar

NAVEGANDO EM MARES REVOLTOS

19/04/2024

ler mais

Café

E AGORA “JOSÉ”?

13/04/2024

ler mais

Receba comentários semanais do mercado