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Açúcar

COM OS PÉS NO CHÃO
19/05/2012

Depois de longo e tenebroso inverno o mercado de açúcar em NY fechou em alta. Nada substancial, mas considerando a desvalorização surpreendente do real em relação ao dólar até que o desempenho do açúcar não foi dos piores. Fechou a semana cotado no vencimento julho em 20,47 centavos de dólar por libra-peso, uma alta de 25 pontos em relação ao fechamento da semana passada, ou seja, 5,50 dólares por tonelada melhor. Os demais meses de vencimento fecharam com alta modesta entre 2 e 18 pontos, ou entre nada e 4 dólares por tonelada. Não é nada animador, claro, mas o sentimento durante a semana do açúcar em NY foi de que parece que o mercado colocou os pés no chão e embora ninguém esteja altista, pelo menos o sentimento baixista parece ter esfriado um pouco.

Muitos dos executivos acreditam que o ano será difícil, pode desaguar num momento de consolidação, uma vez que o aperto financeiro será sentido durante esta safra. Difícil saber se teremos aquisições e consolidações, mas o fato é que o setor está novamente num período de análise profunda. Existe uma tendência de que as usinas com problemas financeiros continuarão a aprofundar suas crises de fluxo de caixa, que deverão abrir espaço para compras, mas não aos níveis que vimos nos últimos anos. A coisa vai ficar um pouco mais apertada.

Existem algumas casas que acreditam que o mercado possa visitar níveis mais baixos perto de 18 centavos de dólar por libra-peso, difícil é encontrar alguém que se anime a vender em níveis tão baixos.

Neste mês, o açúcar é uma das commodities que teve a pior performance. Caiu 7,2%, só atrás de soja, algodão e suco de laranja. No ano, já perdeu 12,3%, atrás apenas doalgodão que devolveu 15%, do açúcar que derreteu 21,6% e do suco de laranja que azedou em quase 40%.

Uma das gigantes do mercado de açúcar no Brasil enviou dois executivos ligados ao mercado interno para NY para participar do Sugar Dinner. Se o cara é ligado ao mercado interno e está em NY para vender açúcar isso é muito baixista, pois não consegue vender no mercado interno e veio para cá tentar desovar o que está sobrando no Brasil. Outros acham que se eles estão em NY é para comprar, pois ele não tem como suprir a demanda do mercado doméstico, e isso é altista. Dependendo da quantidade de etanol consumida pelo analista, pode ser uma coisa ou outra.

O Seminário da ISO/Datagro em NY foi de excelente nível, principalmente o painel em que executivos de algumas das principais empresas produtoras do setor discutiram a visão do mercado pela perspectiva do produtor e os desafios para atender à demanda global. Difícil foi, em outro painel, tirar água de pedra e obter ou entender dos palestrantes da Índia e Tailândia qual era o custo de produção de açúcar daqueles países. Um corretor do mercado comparou a resposta dos apresentadores a história de um político francês que nunca respondia o que os jornalistas perguntavam até que foi interrompido por um deles: “Mas não foi isso que eu perguntei”, disse o jornalista, ao que o político emplacou: “Mas essa é a minha resposta”. Uma conversa de surdos. Pareceu-me, salvo as confusões matemáticas do palestrante indiano, que o custo a que ele se referia era de 17,80 centavos de dólar por libra-peso FOB. O representante tailandês, que é Secretário Geral do Conselho de Cana e Açúcar, órgão ligado ao ministério da indústria daquele país, não deu nenhum número e só respondeu o que lhe convinha.

O custo de produção do açúcar apurado pelo modelo da Archer Consulting, considerando o CONSECANA médio da safra e o dólar médio dos últimos 30 dias, está em 36,1363 reais por saca na usina, sem custo financeiro.

Tenham todos uma excelente semana

Arnaldo Luiz Corrêa

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