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Café

COMMODITIES PERDENDO UM POUCO O BRILHO
13/11/2010

A divulgação da inflação chinesa de 4.4% (anualizada) no mês de outubro, além de ter sido acima das expectativas e estar ainda mais distante da meta do governo, provocou uma reviravolta forte nas commodities com a especulação de que o governo chinês adotará novas medidas de restrições monetárias.

Notícias de que novos limites para os fundos de investimentos podem ser implementados pelo CFTC (órgão regulador americano dos mercados futuros) a partir do começo de dezembro, e da não aprovação do investimento de 2 bilhões de dólares em commodities pelo 2º maior fundo de pensão dos Estados Unidos (dos professores da Califórnia), ajudaram a tirar o brilho das commodities no curto-prazo. Não há dúvidas também de que a alta do dólar americano, desencadeada pelo desconforto com os débitos soberanos europeus, contribuiu para a maior queda das commodities em 18 meses. O açúcar sozinho caiu 20% em duas sessões, e outros produtos sofreram quedas fortes, como os grãos, algodão, prata, e café.

Embora, desde o nosso último comentário, o café em Nova Iorque tenha caído 2.60% ,ou “apenas” US$ 6.22 por saca, o fechamento do dezembro na semana em US$ 200.45 centavos/libra ficou a US$ 18.25 centavos da alta que vimos na terça-feira, US$ 218.70 centavos/libra – o mais alto nível desde junho de 1997. Olhando por este prisma o ajuste de sexta-feira foi US$ 24.14 por saca abaixo da máxima.

Em reais o contrato “C” está no segundo maior nível desde 14 de março de 2005 quando o contrato estava a US$ 138.50 centavos e a moeda brasileira negociava a R$ 2.60 contra o dólar. E o Brasil está aproveitando. As exportações brasileiras de outubro, divulgadas no começo da semana pela CECAFÉ, foram a maior da história do país, 3,404,402 sacas, a um preço médio de US$ 191.99 a saca de 60 quilos – valor alcançado pela última vez em maio de 1998. Ou seja, nada mal para os produtores brasileiros, que embora digam que o custo de mão-de-obra era bem menor 12 anos atrás, têm em contraponto uma produtividade maior.

As chuvas pararam no Vietnã, contribuindo para o andamento da colheita. O prognóstico de uma maior disponibilidade de café no país derrubou não só os preços da bolsa mas os diferenciais. O mesmo acontece nas origens produtoras do arábica. Na Colômbia mais especificamente, os diferenciais caíram para os níveis mais baixos desde 2009, curiosamente em alguns casos ficando mais baratos do que outros cafés de países da América Central – algo raro de acontecer.

A proximidade do primeiro dia de notificação do contrato de dezembro, na sexta-feira próximo dia 19, fez com que os torradores surgissem correndo atrás do atraso de suas coberturas. Isto porquê tanto os dealers quanto os exportadores de várias origens restringiram que a indústria rolasse mais um mês suas fixações, dado que muitos estão fazendo isto desde a tela de julho passado. O motivo é simples, com tanto atraso nos livros, aqueles que permitiram as postergações das fixações tem que bancar margem, que óbviamente tem sido alta pois o mercado não para de subir. Portanto chegou a hora de acertar, pelo menos parcialmente, os livros para o próximo ano, e liberar um pouco de caixa para que novas posições no físico sejam tomadas.

Tudo indica que o mercado continuará caindo, a começar pelo enfraquecimento dos diferenciais, seguido pela fraqueza da estrutura, a firmeza do dólar, um menor interesse por commodities, e um menor risco daqueles que estão vendidos em opções de compras (calls), pois os últimos foram forçados a defender suas posições quando o contrato de março negociou a US$ 220.00 centavos na semana que se encerrou.

Se o mercado buscar US$ 185.00 centavos na curta semana no Brasil, provavelmente isto acontecerá depois que os torradores ajustarem seus livros no contrato de dezembro. Portanto aos produtores que querem ou precisam fazer caixa para as compras de natal, aproveitem para vender.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.
Rodrigo Costa*

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