O Banco Central Americano (FED) nesta semana deu uma sinalização de que a economia do país está mellhorando, e com isso está gradativamente retirando algumas medidas emergenciais que mantém.
Desta vez ele aumentou a taxa de redesconto em 0.25% para 0.75% ao ano – historicamente esta taxa é 1% mais alta do que a taxa básica, que hoje está entre 0% e 0.25% ao ano.
A notícia saiu algumas horas após da divulgação do índice americano de preço ao atacado (PPI), que veio acima do esperado. A leitura imediata foi positiva para a moeda americana e negativa para bolsas e commodities, imaginando-se que o FED poderia antecipar o ínicio do ciclo de aumento da taxa de juros.
Porém na sexta-feira o índice de preço ao consumidor (CPI) veio mais baixo do que previsto, com o núcleo inclusive caindo em 0.1%, e logo esfriou a corrida para o dólar, e então as bolsas e as commodities se valorizaram.
O café, durante esta semana curta, experimentou de novo uma forte volatilidade no spread março/maio que enfraqueceu abruptamente um dia antes do ínico da entrega do contrado de março. O movimento acabou por confirmar nossa teoria, defendida aqui na semana passada, do altíssimo custo do spread e do arriscado jogo que um novo recebedor teria à esta altura do campeonato.
Ao mesmo tempo a oscilação destas duas últimas semanas do switch serviu para nos mostrar duas coisas. Em primeiro lugar que o rally para -1.30 (da semana retrasada) foi uma reação de pânico por parte daqueles que não tinham feito a rolagem. E em segundo que os atuais detentores dos certificados não estão dispostos a entregar seus cafés caso a estrutura pague 1.25 centavos por libra-peso ao mês (o spread negociou a -2.50).
E só para relembrar, o café estocado nos armazéns europeus – que é a maior parte – custa 1.32 cts/lb ao mês para carregar (sem contar penalidade de idade).
No primeiro dia da entrega do contrato de março não desceu um só canudo, e o mercado reagiu positivamente. Com isso o spread negociou em volume, algo atípico durante o período de notificação, e estreitou para -2.00 centavos, finalmente provocando a descida de avisos.
A bolsa de Nova Iorque acabou encerrando a semana com ganhos de US$ 3.64 por saca, rompendo os 135.00 centavos e nos dando a impressão que testará os nível de 138.00 cts, onde provavelmente uma parte da nova posição vendida dos fundos será coberta.
Caso o mercado não encontre muita venda de origem (ou fundos), creio que maio pode romper os 140.00 e eventualmente correr até próximo de 142.50 cts.
Dependendo do volume que o mercado precise para ir acima de 140.00 (caso aconteça), e claro dependendo do câmbio, um movimento ainda mais forte parece pouco provável.
A performance da BM&F nesta semana, com ganhos de apenas US$ 0.50 por saca e um enfraquecimento da estrutura, nos dá a impressão de que a “proximidade” da safra brasileira pode ser um fator limitante para movimentos mais fortes.
Enquanto isto a volatilidade implícita das opções caíram ainda mais, dando uma oportunidade para comprar proteção de preço – portanto aproveitem.
Tenham uma ótima semana e muito bons negócios.
Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting
Confira valores, disponibilidade e datas.
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