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Açúcar

O MACRO DÁ O TOM
23/10/2010

O mercado fechou a semana com alta média de quase 100 pontos em todos os vencimentos, exceção às telas de 2013. O vencimento março encerrou a 28,22 depois de ter negociado a máxima de 29,23 no meio da semana. Interessante notar que o volume da semana foi muito fraco, com média diária pouco acima de 80.000 lotes negociados e o mercado fecha a semana mais firme com a posição em aberto caindo. Pode ser que estejamos vendo uma saturação na alta, com realização de lucros por parte dos comprados. Por outro lado, quando o mercado bateu a máxima de 30,40 centavos de dólar por libra-peso no dia 1º de fevereiro, o dólar valia 1,8590 reais. Hoje vale 1,6989. Dessa forma, se corrigíssemos a desvalorização da moeda americana, aquela alta seria equivalente hoje a 33,26 centavos de dólar por libra-peso. O dólar se desvalorizou 9,42% em relação ao real e custo de produção segundo o modelo da Archer Consulting passa a ser de 17,40 centavos de dólar por libra-peso FOB Santos (sem custo financeiro).

Uma parcela significativa da elevação de preços em NY dá-se em função do dólar mais fraco que empurra as commodities para cima. Os aspectos macroeconômicos dão o tom. Haja coração para aguentar esse sobe e desce. Como ninguém quebra com lucro no bolso, é bom aproveitar as subidas de preço para começar a fixar os açúcares da safra 2011/2012, afinal, sem levar em consideração os prêmios e baseando-se no fechamento de maio/2011 até março/2012, o valor médio posto usina é de R$ 40,00/saca contra um custo de R$ 28,34. Para 2012/2013 ainda é cedo para fixar.

O volume de calls negociadas (164.000) comparativamente ao volume das puts (92.000) nesta semana que passou levanta a lebre de que tem gente comprando opções para estancar a sangria que a chamada de margem está produzindo. E realimenta a alta do mercado além de mover a volatilidade para níveis mais altos.

Numa reunião privada essa semana, um executivo do mercado comentava com seus pares que com os atuais preços do açúcar no mercado internacional, tem gente que “vai cortar cana até com dois palmos de altura”. Outro pondera que a safra 2011/2012 será, na melhor das hipóteses, 4% superior a esta argumentando que “muito mais prejudicou o que não foi feito nos canaviais este ano (em termos de tratos culturais) do que a falta de chuva propriamente”. Em outras palavras, não dá mais para recuperar o volume. Os mais conservadores apostam que no próximo ano vamos ter a mesma quantidade de cana.

Segundo a economista Maria Cristina Mendonça de Barros, da MB Associados, independentemente de quem seja o próximo presidente eleito, as perspectivas da economia mundial para os próximos anos não são róseas. Poderemos ter daqui a dois anos uma aceleração na desvalorização do real, em função dos desajustes macroeconômicos, leia-se: déficit nas transações correntes (saldo da balança comercial mais serviços, juros, remessa de lucros, viagens, etc) em 100 bilhões de dólares, que precisaria ser financiado ou sangraria as reservas trazendo efeitos no câmbio. Com isso, acende a luz amarela para aquelas usinas que estão tomando ou pensando em tomar financiamento de longo prazo em dólares contra entrega de açúcar ou para expansão. Podem ficar expostas a uma “paulada” no câmbio. Ao negociar contratos de longo prazo envolvendo esse tipo de risco, convém limitar ou mitigar eventual overshooting cambial. Se não fizerem isso é bom deixar no estoque algumas caixas em Lexotan.

O mercado interno continua incentivando wash-outs (cancelamentos de contratos comerciais). Recompra-se a posição vendida para a exportação e destina-se o açúcar para o mercado interno que remunera melhor. Esses negócios são pontuais e em geral referem-se ao spot mesmo, ou seja, a negócios feitos para entrega imediata, fora dos contratos tradicionais. De 4 a 6 milhões de toneladas, das 12 consumidas pelo Brasil, usam NY como parâmetro de preço, ou seja, fora de ESALQ. Hoje, no spot, o mercado interno negocia o equivalente a NY mais 600 pontos.

As ideias aqui colocadas objetivam alertar os diversos aspectos do nosso mercado. Longe de querer se passar por guru ou pitonisa. Previsões me fazem lembrar uma cigana que certa vez me disse que “eu vou viver até os 100 anos se não morrer antes”. Isso que é hedge perfeito!!

No Fundo Fictício da Archer Consulting, conforme antecipado aqui, na terça-feira compramos 200 lotes do maio/2011 a 25,08 para ajustar a posição. Encerramos a semana vendidos em 78 lotes no delta e tivemos um prejuízo no período de US$ 151.352,82 colocando o valor da carteira em US$ 3.970.828,30, com retorno anualizado de 143,22%. Vamos ajustar a posição vendendo 200 lotes se o maio bater 23,78 ou comprar 200 lotes se bater 26,49.

Boa semana para todos e boa viagem para aqueles que se dirigem para o Sugar Dinner em Londres.

Arnaldo Luiz Corrêa

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