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Açúcar

O MONSTRO DEVORADOR DE CANA
27/08/2010

O mercado de açúcar fechou a semana inalterado para o vencimento outubro/2010 depois de flertar com valores acima de 20,30 centavos de dólar por libra-peso. O bom desempenho ficou por conta do contrato com vencimento para março/2011, alta de 53 pontos na semana (11,68 dólares por tonelada), apreciações entre 16 e 44 pontos (de 3,50 a quase 10 dólares por tonelada) para os vencimentos da safra 2011/2012. Começa a se delinear um sentimento do mercado para com a próxima safra em função até mesmo do decréscimo que teremos na safra corrente comparativamente às previsões iniciais, ou seja, menor produção de cana do que o previsto e a preocupação que o setor cresça menos do que o mercado demanda. O tempo seco continua em São Paulo e Minas enquanto a UNICA revisa sua previsão de safra para baixo (em 570,19) em linha com a estimativa da Copersucar que coloca a safra do Centro-Sul em 570 milhões de toneladas. Notícias alvíssaras.

O custo de produção de açúcar no Centro-Sul estimado pela Archer Consulting é de 16,40 centavos de dólar por libra-peso FOB Santos, sem custo financeiro.

Presente em reunião com importante executivo do setor, ele me sai com a frase que serviu de título para esse comentário. Disse, com toda a propriedade, que o mercado de etanol no Brasil é um monstro devorador de cana. Tem sua lógica. Dissemos aqui por várias vezes do espetacular número de consumo projetado para os próximos anos. Pegue-se o ano safra de 2014/2015, por exemplo. Pelo modelo desenvolvido pela Archer Consulting, deveremos consumir mais de 45 bilhões de litros de etanol naquele período.

Essa estimativa supõe crescimento modesto da economia e abre a discussão acerca do cenário que teremos adiante. O tal monstro chegou a tamanha magnitude que não se pode mais prescindir dele. Na mesma equação, no entanto, o etanol precisa ficar num patamar de preço que remunere o produtor e não o estimule a produzir açúcar ou ainda, o que é pior, que não desestimule o crescimento do setor. Como a escolha do consumidor hoje se dá no posto de gasolina, não há como jogar a culpa nas costas dos usineiros por um eventual desabastecimento do produto. Só se evita isso via preço ou estoque regulador.

A questão é que a estatal brasileira do petróleo não teria, na opinião de vários experts do mercado, como substituir total ou parcialmente, pela gasolina, os 45 bilhões de etanol a serem avidamente consumidos pelos motores flex. Não haveria volume nem logística para tanto. Não é pelos olhos azuis do setor nem por modismo que a mesma colocou estrategicamente os dois pés nele. O fato é que vivemos um mercado completamente diferente de 2004/2005 para cá. É outro mundo, é outro aprendizado. E não temos certeza de como esse emaranhado vai ser desfeito. De qualquer forma, as flechas apontam para um setor cada vez mais sólido.

A posição em aberto no mercado futuro de etanol da BM&F Bovespa alcança 3.082 contratos, volume superior ao bem sucedido contrato de milho e soja no mesmo tempo de existência. Mais de 6.000 contratos foram negociados desde o lançamento. 84% dos negócios são feitos por pessoas jurídicas não-financeiras.

Para rir ou pra chorar? Recebo de um corretor de NY a informação que determinado fundo de commodities naquele país pode sofrer ações judiciais em decorrência de perdas sofridas pelo gestor causadas por mau funcionamento do programa de computador cujo algoritmo disparava 3.000 ordens de compra por segundo. Esse negócio de algoritmo vai ser a próxima derrocada do mercado financeiro internacional. Pode escrever.

Causou um certo frisson o comentário de um trader de etanol reproduzido aqui nesse espaço, na semana passada. Ela dava conta de que poderíamos “ter sobra de hidratado e falta de anidro”. Recebemos um número recorde de “queixas”. Só para esclarecer que quando se tratar de opinião de terceiros aqui reproduzida, ela estará obrigatoriamente “entre aspas”, não representando nossa concordância, a menos que claramente explicitada.

A respeitada revista The Economist, que sempre destila o melhor do delicioso humor britânico, tece comentário sobre as duas candidaturas a presidência do Brasil. De um lado, Serra, “que parece sem graça exceto quando sorri, que então parece assustado” e do outro, Dilma, “que está longe de ser carismática e tem como fraqueza dar respostas de meia hora para perguntas de uma linha”. Genial a síntese.

No Fundo Fictício da Archer Consulting, conforme avisado liquidamos a posição e vendemos 1.500 lotes de straddle (venda da call (opção de compra) e put (opção de venda) do mesmo preço de exercício) coletando 467 pontos. Fechamos a semana equivalente no delta, comprados em 689 lotes. O resultado da semana foi um ganho de US$ 347.652,79 levando o acumulado para US$ 6.246.131,87, com um rendimento anualizado de 231,88%.

Boa semana para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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