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Açúcar

PARADOXOS
05/03/2011

O mercado de açúcar fechou a semana com alta entre 13 e 26 dólares por tonelada nos meses de vencimento que correspondem à safra 2011/2012 e uma alta entre 3 e 15 dólares por tonelada para a safra seguinte. O maio/2011, agora o primeiro vencimento, fechou a semana em 29,91 centavos de dólar por libra-peso.

Uma entrega de quase um milhão de toneladas (952, das quais 646 do Brasil) pode ser considerada qualquer coisa, menos altista. Quem vende e entrega açúcar contra um contrato futuro, o faz porque no mercado físico as ofertas de compra descontadas do custo financeiro de carregar o produto até a entrega e recebimento do pagamento apuram um valor líquido menor comparativamente daquele entregue na bolsa, respeitadas as regras de volume diário de entrega, nomeação do navio, etc, etc, que podem se constituir em vantagens para o vendedor, indisponíveis no mercado físico. Simples assim. De um lado, um monte de gente entregando porque ninguém pagava melhor preço; do outro, apenas um recebendo, apostando na perspectiva de ser o único fornecedor de açúcar até o inicio da safra brasileira. Ouvimos tanto se falar de oferta apertada e aí estão quase um milhão de toneladas. Será que o recebedor é o único que tem destino para essa montanha de açúcar?

O outro lado da moeda é que quem paga US$ 680 milhões por 952 mil toneladas espera remunerar esse capital. Como isso se dá num mercado invertido, em que o detentor do produto corre o risco de perder dinheiro se não vendê-lo imediatamente, a tarefa é árdua, joga-se contra o relógio, pois a safra brasileira bate à sua porta, e as apostas são variadas. Uma, que o maio alcance os valores de março; duas, que o jogo do spread tenha sido jogado quando esse mercado estava em carry, lá em junho/2010, por exemplo; três, que o recebedor já tenha destino final para o açúcar com prêmios robustos nos livros que justifiquem a empreitada; quatro, que o recebedor encontre todos aqueles compradores “desesperados” (usando a frase de um corretor de NY), no limitado espaço de 60 dias; cinco, que os preços nos mercados domésticos desses possíveis países importadores dessa quantidade de açúcar continuem em alta. Em outras palavras, negócio de cachorro grande.

O volume em NY despenca. Alguns dizem que os HFT (High Frequency Traders) boicotaram a bolsa em função de recentes medidas aqui discutidas nas últimas semanas. Eles não existiam no passado e, no entanto, o volume tinha bom volume. O recorde de volume acumulado móvel de 252 dias de pregão nunca chegou a 30.000.000 de contratos (o que daria uma média diária de 119.000 contratos por dia) e o recorde de posição em aberto foi de 1.113.000 contratos em janeiro de 2008. Nos últimos 12 meses a média diária de negócios foi de 115.694 lotes. Os HFT distorcem direção e volatilidade no curtíssimo espaço de tempo, mas os fundamentos acabam prevalecendo.

Um trader do mercado voltou da Índia, na semana passada, certo de que ninguém tem a menor ideia do que está acontecendo por lá. Mesmo quem está no dia-a-dia não se atreve a dar um número de safra, já que o próprio produtor indiano tem dúvidas em relação ao seu tamanho. Alguém muito próximo do mercado indiano disse que chega a ser risível aos seus olhos que analistas sentados numa mesa do outro lado do mundo se arvorem a jogar números sobre a produção daquele país. Não é a toa que no mundo real as pessoas busquem por proteção no mercado de opções e essas tenham estado tão caras ultimamente. Quanto maior a dúvida maior o prêmio.

A bolsa de NY diminui as margens do açúcar passando de US$ 3,900 para US$ 2,700, agora sim condizentes com as práticas de outras bolsas que estabelecem o valor da margem ao entre 6 e 8% do valor nocional do contrato.

O ex-presidente Lula recebeu essa semana R$ 200 mil por uma palestra de 60 minutos paga por uma empresa do ramo eletro-eletrônico. Juro que jamais imaginei que esse negócio de “stand-up comediant” no Brasil fosse tão próspero.

No Fundo Fictício, dissemos que ajustaríamos a posição caso o maio negociasse 29,40 (momento em que compraríamos 200 lotes) ou 27,40 (venderíamos 200 lotes). Na segunda-feira, tivemos que comprar 200 lotes no maio a 29,40. Fechamos a semana, com 210 lotes vendidos equivalentes no delta. Nosso resultado na semana foi um ganho de US$ 248.677,89. O ganho acumulado do nosso fundo é de US$ 4.577.140,52, representando um retorno líquido anualizado de 120,92% nos 792 dias de vida do fundo. Vamos ajustar a posição se o mercado bater 30,20 ou 27,80, comprando e vendendo, respectivamente, 250 lotes.

Tenham todos um excelente Carnaval.

Arnaldo Luiz Corrêa

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