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Café

PASSOU A TEMPESTADE ?
13/02/2010

O Euro, moeda compartilhada por 16 dos 27 países que fazem parte da União Européia, passa por mais um teste em um curto intervalo de tempo – muito embora os efeitos continuem sendo reflexo da recessão mundial vivida recentemente.
Os países membros da UE se reunem desde quinta-feira para tentar mostrar aos mercados, e a si mesmos, que conseguirão conter uma onda de desconfiança, tendo a capacidade em manter dentro de uma mesma unidade monetária, economias fortes, disciplinadas e exportadoras como a da Alemanha, e outras como Grécia, Espanha, Portugal e Irlanda (os quatro últimos também conhecidos como “PIGS”, embora não gostem do acrônimo).

A nova prova colocada para o Euro é dura, e no curto e médio-prazo deve tornar difícil uma valorização da moeda, além de eventualmente provocar novas desvalorizações. Porém no longo-prazo a moeda pode se fortalecer, caso a Grécia, por exemplo, tenha sucesso em implementar cortes de gastos e responder as imposições que sofrerá de países como Alemanha e França.

Durante a última semana pré-carnavalesca, a dança nos preços de ativos se deu de acordo com os rumores que circulavam ao redor deste tema, e no final do período, ações e commodities conseguiram performar positivamente.

O mercado de café valorizou US$ 5.23 por saca em Nova Iorque, US$ 6.35/saca na BM&F e ficou inalterado em Londres.

Apesar do dólar americano ter parado de firmar no começo da semana, Nova Iorque só conseguiu ganhar tração para subir na quarta-feira, quando a estrutura (leia-se “spreads”) estreitou, com o “switch” de março/maio saindo de -1.90 cts/lb para -1.30 cts/lb no mesmo dia (oscilação de 31%).

O volume de negócios da semana foi forte, impulsionado pelas rolagens das posições.

O rally do spread dos dois primeiros meses, provocado por uma sequência de negociações chamadas “swaps”, onde quase 4 mil lotes foram “trocados”, gerou desconforto por parte dos vendidos. Alguns participantes do mercado creêm que a movimentação brusca denota um interesse de recebimento do contrato de março, que começa na quinta-feira, dia 18 de fevereiro.

Um suposto “novo” recebedor neste momento de escassez de cafés suaves e de uma grande utilização dos cafés certificados, pode se traduzir em uma estrutura ainda mais forte.

Mas será que haverá alguem interessado nisto?

É bom lembrar que os atuais descontos de um mês para o outro que vemos em Nova Iorque, o chamado “carry-over”, não pagam o custo de carregar os cafés que estão estocados. Um dos motivos é o fato da idade avançada do café que compôe os certificados, e que são passíveis de penalidades mensais impostas pelo contrato “C”. Mas mesmo sem as penalidades calcula-se que o custo de armazanagem, seguro, etc, estaria gravitando ao redor de 1.30 cts/lb por mês, ou seja o “preço-justo” do spread de março/maio deveria estar em pelo menos 2.60 cts/lb (dois meses de carrego).

Fora isso aqueles que estão acostumados em gerenciar estes estoques, sabem quantas vezes já tiveram alguns dos lotes rejeitados pelos torradores “x”, “y” ou “z”, e quais os lotes que são mais líquidos para a indústria. Um novo recebedor tem que ganhar este “know-how”, sem falar que isto tem que acontecer relativamente rápido, pois historicamente a certificação aumenta em anos safras grandes, como o próximo.
A não ser que alguém tente dar um “squeeze” no mercado, algo também improvável na ICE e ainda mais na atual época de ameças de novas regulamentações.

Olhando para o FOB notamos que houve uma correria entre alguns detentores de café colombiano, com o diferenciais para este tipo de café escorregando mais de 10 cts em uma semana. A demanda começa a retrair.

É aquela história da janela que vai fechando para a necessidade de cobertura da indústria do hemisfério norte.

No robusta a atividade continua morna. Nem mesmo a notícia de desvalorização em 3% da moeda do país causou um pressão vendedora. Os produtores vietnamitas continuam com a maldita mania de sempre apostarem em novas altas, rolando suas fixações e cada vez mais vendo a situação piorar. A promessa de um plano de ajuda por parte do governo causou um recuo maior no volume de venda, sem contar que muitos guardam o café como um hedge cambial e contra a inflação do país.

Para completar, nesta semana começam as atividades de comemorações do ano novo lunar, o ano do tigre, então podemos esperar mais calmaria.

No Brasil é carnaval, e segunda dia 15 é feriado aqui nos Estados Unidos – Dia do Presidente – portanto a semana curta deve retrair vendas, e ajudar o mercado a trabalhar acima de 135.00 cts (base Maio).

Tomara que o mercado de café já tenha descontado o momento instável da zona do Euro.

Com os fundos tendo uma nova posição vendida (mesmo que líquido no geral ainda estejam comprados) e com a disponibilidade do físico continuar apertada para os cafés melhores, Nova Iorque deve subir, embora os 140.00 agora sejam uma forte resistência.

Bom descanso, e no retorno muito bons negócios.

Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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