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Açúcar

QUEM NÃO QUER PRODUZIR AÇÚCAR?
23/01/2010

O mercado de açúcar encerrou a semana com alta de quase 20 dólares por tonelada para o vencimento março/2010, 22 dólares por tonelada no vencimento maio/2010 (início da safra brasileira), média de 2 dólares por tonelada para os vencimentos seguintes até julho de 2011 e depois disso queda de 2 dólares por tonelada para os demais. Embora não haja novas notícias no físico, o mercado futuro continua sendo empurrado para cima pela atuação dos fundos, especuladores e traders de algoritmo (para você que achava que já tinha visto de tudo na vida) e a temível e indefectível chamada de margem.

O spread maio/julho negociou a obscenos 370 pontos, ou seja, 82 dólares por tonelada de prêmio! É lógico que todas as tradings vão tentar negociar o maior volume possível no físico em abril/maio para poderem aproveitar essa vantagem no spread. Veja isso: o açúcar para março de 2011 vale 200 dólares por tonelada menos do que o açúcar para março de 2010. O preço médio de fechamento da bolsa para os vencimentos da safra 2010/2011 é de 23,21 centavos de dólar por libra-peso contra 17,53 centavos de dólar por libra-peso da safra 2011/2012, ou seja, 125 dólares por tonelada de diferença. Como podem notar, cada vez mais os preços estão pressionados para os vencimentos mais longos. Sinal de que preços altos provocam preços baixos em função da perspectiva de maior produção mundial já que o açúcar está remunerando bem acima do custo de produção.

O volume de contratos de açúcar negociados em NY em doze meses corridos quebrou o recorde na quinta-feira, totalizando 27.829.833 lotes que equivalem a pouco mais de 1,4 bilhão de toneladas, algo como o consumo brasileiro até 2128. Na verdade, o contrato de NY tem servido não apenas para precificar o açúcar negociado no mercado internacional, com significativa participação do Brasil, mas também para parte do hedge feito pelas indústrias alimentícias que preferem usar NY como parâmetro de preço para a aquisição de matéria prima. O álcool também começa a ter relação com NY tornando-se um hedge – embora imperfeito – de maior correlação do que as bizarrices usadas no passado, venda de etanol contra RBOB, por exemplo, que levaram muitas empresas a perder uma enorme quantidade de dólares.

Em 30 pregões o mercado subiu 150 dólares por tonelada, suficientes para deixar qualquer profissional da área comercial e financeira com um frio na barriga. O primeiro por achar que poderia ter fixado melhor e o segundo por sentir a dor dos ajustes diários.

Não tenha dúvidas que com esses preços o mundo vai produzir mais açúcar. O pequeno produtor indiano que agora compara o preço da commodity com a soja, por exemplo, vai estar muito propenso a substituir uma cultura por outra. Essa é a sina das commodities. Portanto, grave bem esses preços de agora, pois você vai sentir saudades deles.

A aparente boa notícia é que a volatilidade histórica do mercado, por incrível que possa parecer, está arrefecendo. A volatilidade de 20 dias caiu para 31% (de 38,7% no final do ano) e a de 90 dias caiu para 38,2% (de 41,3%). Isso indica que as oscilações poderão ser menores a partir das próximas sessões. Não confundir, no entanto, com a volatilidade das opções. Essa continua alta, favorecendo a venda de calls (opções de compra) e puts (opções de venda) para capturar os elevados prêmios.

A proposta de Obama para a regulação dos mercados, limitando ou proibindo os bancos de operar tesouraria e fazer apostas arriscadas, se aprovadas pelo congresso, pode obrigar muitas instituições a liquidar suas posições em fundos de hedge afetando as commodities e, principalmente, o açúcar, por se tratar hoje de uma das commodities mais negociadas no mercado. A queda de popularidade de Obama acaba sendo o combustível para esse tipo de intervenção popularesca. Trata-se, efetivamente, de um tiro no pé, pois a retirada dos especuladores do mercado é extremamente nociva para os produtores. O especulador toma o risco que o produtor não quer tomar nem está preparado para isso.

Mostrando que a estupidez não é privilégio ianque, Lula vocifera que os recentes aumentos do preço do etanol ocorreram porque “não houve seriedade na conduta entre empresários, governo e indústria automobilística”. Nada a ver com a lei da oferta e demanda. Mais uma lei que Lula ignora. Esquece que o etanol não é encontrado perfurando o solo, que está sujeito às condições climáticas e que tem que concorrer na bomba do posto com um produto cujo preço é controlado pelo governo. Se o petróleo dá prejuízo é o contribuinte que paga. Se o etanol é vendido abaixo do custo, quebra o setor. Lula joga pra torcida. Imagine o que ainda teremos que ouvir nesse ano de eleição. Oremos.

No Fundo Fictício da Archer Consulting, ajustamos a posição comprando 200 lotes a 29,39. Com isso, na sexta-feira nossa posição era de 11 lotes vendidos. Vamos ajustá-la novamente caso o março negocie 27,85 (quando venderemos 200 lotes) ou 30,59 (quando compraremos 71 lotes para zerar as calls (opções de compra) vendidas). Estamos com um lucro acumulado de US$ 3.316.540,80 com retorno anualizado de 299,02%. Perdemos US$ 267.267,10 na semana devido ao aumento da volatilidade.

Boa semana para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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