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Açúcar

UM MERCADO EM DOIS ATOS
02/10/2010

O mercado teve uma semana em dois atos. No primeiro, uma correria no spread outubro/março que explodiu, juntamente com a cobertura de posições vendidas no outubro que incendiaram o mercado até atingir seus níveis mais altos. Alguns produtores compraram o spread por temer não ter açúcar para entrega. Muita gente esperou para rolar suas posições futuras no último segundo e o outubro negociou a 27,17 centavos de dólar por libra-peso num verdadeiro pânico. No segundo ato, viu-se o derretimento, com a força da água de morro abaixo que levou com ela 200 pontos, ou uma queda de 44 dólares por tonelada. Na quarta-feira, acendeu a luz amarela quando as puts (opções de venda) estavam sendo mais negociadas do que as calls (opções de compra), que se repetiu também na quinta, indicando que o mercado procurava proteção contra a queda de preços.

O outubro 2010 expirou com a entrega de mais de 660.000 toneladas basicamente de Brasil, numa tentativa de mostrar ao mercado que a demanda é firme, segundo alguns traders, ou de que na verdade, entrega volumosa significa que não há demanda no físico e a bolsa e o único destino, segundo outros. Façam suas apostas.

Quem vendeu (entregou) certamente aproveitou o spread outubro/março absurdamente atrativo que chegou a negociar a 205 pontos. Quem entregasse açúcar contra o vencimento outubro estaria fazendo-o a 45 dólares por tonelada mais caro do que o preço negociado em março/2011. Há apenas quatro meses, esse mesmo spread estava no carrego (quando os vencimentos mais longos estão mais caros que os vencimentos mais curtos), com o outubro negociando 22 dólares por tonelada abaixo do março. Ganha-se mais dinheiro com a análise fundamentalista do mercado e seu efeito no spread do que apostando na trajetória de preços. Com menos risco, diga-se.

O que vimos na quinta-feira, no entanto, foi uma correção alimentada pela liquidação de posições dos fundos, que realizaram lucros em função do fechamento do terceiro trimestre do ano. Isso pode ter ajudado na queda. Um calejado corretor de NY observa que “muito embora o mercado tenha caído, o spread março/maio permaneceu relativamente firme e poderemos ter um março tão forte quanto foi o outubro”. Em outras palavras, poderemos ver 27 centavos de dólar por libra-peso ou mais. Difícil argumentar contra principalmente com tantas variáveis ainda sem definição.

No mercado físico, as ofertas de compra para açúcar para embarque janeiro estavam 90 pontos acima de março/2011. O dólar mais fraco (menor cotação em dois anos) faz com que o custo de produção de açúcar pelo modelo da Archer Consulting atinja 16,84 centavos de dólar por libra-peso posto usina. O mercado interno de açúcar negocia ao equivalente a 31,57 centavos de dólar por libra-peso FOB, enquanto o anidro e hidratado apontam 19,36 e 17,19 centavos de dólar por libra-peso equivalente.

Os comentários sobre etanol que ocuparam este espaço nas últimas semanas ativaram as mentes dos formadores de opinião. Um veterano observador do mercado acredita que “a importação de gasolina poderia ser o caminho para a próxima safra” e completa que “lamentavelmente, essa gangorra do abastecimento do mercado interno de combustíveis não parece sustentável para o etanol, nem o clamor ambiental parece ser determinante suficiente, ainda, nesse jogo”, conclui. Outro leitor opina que embora exista excesso de gasolina no mundo, “o maior problema é o gargalo logístico, como o que estamos vivenciando em Santos”. Muitos acreditam que seria muito difícil o governo aumentar o preço do combustível “justamente quando o preço do mercado internacional está em baixa, em função de grandes estoques”. Como consenso, todos acreditam num estrada sinuosa para o próximo ano.

No Fundo Fictício da Archer Consulting, tivemos que corrigir a posição comprando 200 lotes no março ao preço de 24,89. Fechamos a semana comprados no delta equivalente em 95 lotes. Vamos ajustar a posição se o mercado bater 22,53 (vendendo 200 lotes) ou 27,18 (comprando 200 lotes). Na semana, em função da deterioração do prêmio e ligeira queda na volatilidade, ganhamos US$ 26.963,50, acumulando o patrimônio do fundo em US$ 5.353.685,27 colocando nosso retorno anualizado em 188,22%.

Boa semana para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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