AGRADEÇA AOS FUNDOS

 

O mercado futuro de açúcar em NY encerrou a semana a 22.13 centavos de dólar por libra-peso uma alta expressiva de 95 pontos equivalentes a 21 dólares por tonelada comparativamente ao fechamento da semana anterior. Agradeça aos fundos. O COT (Commitment Of Trades), relatório dos comitentes, publicado nesta sexta-feira pelo CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos, que regula os mercados de futuros e opções das commodities, com base na posição de terça-feira mostra que os fundos especulativos estavam long (comprados) em 18,335 lotes depois de estarem zeradas na terça da semana anterior.

É imperativo não interpretar a compra entusiasmada dos fundos como um indicativo direto de uma mudança nos fundamentos subjacentes que regem o mercado de commodities. Tal atividade pode ser motivada por fatores secundários, como os lucros substanciais acumulados recentemente pelo impressionante aumento de 27% no preço do cacau somente nesta semana. Após capitalizarem significativamente com o cacau, podem estar diversificando seu portfólio e direcionando seus recursos para outras commodities dentro do grupo das soft commodities. As medidas regulatórias e de gerenciamento de risco adotadas pela ICE (a bolsa de futuros de NY) em resposta a essa volatilidade exacerbada. No caso específico do mercado de cacau, a bolsa reagiu ao aumento desenfreado nos preços e à especulação excessiva aumentando a margem de garantia e reduzindo o limite de posição máxima para os contratos de primeiro vencimento. Essas ações são tomadas para tentar estabilizar o mercado, mitigar o risco de flutuações de preços extremas e garantir um ambiente de negociação mais controlado e menos propenso a distorções. Resumindo, por que não ir para o açúcar?

Curiosamente as previsões de produção de cana para o Centro-Sul publicadas por vários analistas mostram uma redução no volume de cana entre 6-10%, no entanto, as principais usinas não mostram redução dessa magnitude. Embora ainda tenha muita água para correr debaixo da ponte, principalmente na maior incógnita que é o clima, em condições normais a produção de açúcar deve ficar entre 41-42 milhões de toneladas e não vai trazer estresse no mercado mundial.

As projeções recentemente divulgadas por diversos analistas quanto à produção de cana-de-açúcar na região Centro-Sul do Brasil indicam uma possível redução no volume de produção, estimada entre 6 a 10%. Este dado chama atenção, especialmente ao considerarmos que, até o momento, as principais usinas da região não têm reportado diminuições em suas produções que se alinhem a essa faixa de retração. Essa discrepância sugere que, embora as estimativas apontem para uma tendência de decréscimo na produção, o impacto real nas operações das usinas pode não ser tão acentuado quanto o previsto. A variável mais imprevisível e potencialmente transformadora permanece sendo o clima.

Não há dúvidas que os fundos podem levar o mercado pra cima se eles assim entenderem que existe oportunidade e dinheiro em caixa e entrarem comprando futuros agressivamente. As fixações das usinas estão bem altas (ao redor de 75%) e concentradas nos vencimentos maio/24 e julho/24 e uma eventual avalanche compradora não encontraria contraparte para satisfaze-la. Essa é a vulnerabilidade do mercado. Só não podemos embarcar em eventuais narrativas que surjam dando respaldo à alta, mas adulterando os fundamentos. No momento, não há estresse na oferta de açúcar.

Na quarta-feira noticias vindas da Índia (Reuters) sugeriram que o país deverá produzir 34 milhões de toneladas de açúcar, acima das previsões anteriores. Um forte lobby por parte das usinas deve ocorrer para que o governo indiano libere para a exportação entre 1 e 2 milhões de toneladas de açúcar após as eleições que ocorrerão em maio. Pessoas próximas a esses comitês acreditam que a Índia não vai exportar nada neste ano, no entanto, caso isso ocorra, o simbolismo que pode representar uma exportação – ainda que em pouca quantidade – vai provocar um impacto baixista no mercado.

Nosso analista Marcelo Moreira acredita que o maio/24, após negociar na mínima da semana a 21.13 centavos de dólar por libra-peso, encontrou força compradora conseguindo encerrar 100 pontos acima. Importantes suportes agora estão no 21.60 e 20.50 com resistências relevantes somente no 23.10/23.50/23.80 centavos de dólar por libra-peso.

A intervenção política de Lula na Petrobras afeta o setor sucroalcooleiro, que ainda tem vívido na memória os anos turbulentos em que a súcia petista esteve no poder, em especial durante a administração trevosa de Dilma Rousseff. Nos seis anos sob o comando da mais disléxica e disfuncional presidente da República – e olha que mediocridade tem sido uma exigência imperiosa no currículo de quem ocupa o Planalto nos últimos 20 anos, exceção feita ao presidente Temer –, o setor perdeu em receita e fatia de mercado algo próximo dos R$ 80 bilhões a valores de hoje. Só faltaria ao mendaz do Planalto obrigar as usinas a maximizarem a produção de etanol para baixar a inflação, por exemplo.

Autêntico lambe-botas de ditaduras de esquerda, o que Lula, em seus sonhos megalomaníacos recorrentes, gostaria mesmo era de transformar a Petrobras nos moldes da PDVSA, da Venezuela, país que ele diz ser um exemplo de democracia. As declarações incoerentes de Lula provocam questionamentos se originam-se de um raciocínio mal elaborado na sua massa encefálica ou se viriam de impulsos menos nobres no seu intestino, reflexo direto de sua retórica descompromissada. Não surpreende, portanto, que sua popularidade esteja em franca queda, esgoto abaixo, em direção ao desprezo popular.

Bom final de semana

Arnaldo Luiz Corrêa

 

 


The sugar futures market in New York closed out the week at 22.13 cents per pound, an expressive
95-point high, equivalent to 21 dollars per ton compared to the previous week’s close. Thank the funds. The COT (Commitment of Trades),  published this Friday by the CFTC based on Tuesday’s position, shows that the speculative funds were long by 18,335 lots after being zeroed out on Tuesday the previous week.

It’s imperative not to interpret the enthusiastic purchase of the funds as a direct sign of a change in the underlying fundamentals that rule the commodities market. Such activity can be motivated by secondary factors, such as the recently accumulated substantial profits by the impressive increase of 27% in cocoa price only this week. After significantly capitalizing on cocoa, they can be diversifying their portfolio and directing their resources towards other commodities within the group of the soft commodities. The regulatory and risk management measures adopted by the ICE (New York futures exchange) in response to this exacerbated volatility, in the specific case of the cocoa market, the exchange responded to the unchecked increase in prices and to the excessive speculation increasing the guarantee margin and reducing the limit of the maximum position for the contracts of first maturity. These actions are taken in an effort to stabilize the market, mitigate the risk of price fluctuations and guarantee a more controlled and less prone to distortions trading environment. So, why not go sugar?

The recently released forecasts by several analysts about the sugarcane production in the Center-South of Brazil point to a possible reduction in the production volume, estimated between 6 and 10%. This data stands out,especially if we consider that up to now the major mills in the region haven’t reported decreases in their production that align with this retraction range. This discrepancy suggests that, though the estimates point to a downward trend in production, the actual impact on the operations of the mills might not be as sharp aspredicted. The most unpredictable and potentially transforming variable is still the climate.

There are no doubts that the funds can drive the market up if they understand there is opportunity and cash on hand and start buying futures aggressively. The fixations of the mills are pretty high (around 75%) and focused on May/2024 and July/2024 and a possible buying avalanche wouldn’t find a counterpart to satisfy it. This is the market vulnerability. We just cannot afford to buy into possible narratives that might pop up backing the high, but changing the fundamentals. Right now, there is no stress in sugar supply.

On Wednesday, news coming from India (Reuters) suggested the country should produce 34 million tons of sugar, above the previous predictions. A strong lobby on the part of the mills should happen for the Indian governmentto free between 1 and 2 million tons of sugar for export after the elections that will be held in May. People close to these committees don’t believe India will export anything this year; however, if that happens, the symbolism an export might represent – even in a small amount – will cause a bearish impact on the market.

Our analyst Marcelo Moreira believes that May/2024, after trading at 21.13 cents per pound, which is the week’s low, has found buying strength, being able to close at 100 points above. Important supports now are at 21.60 and 20.50 with relevant resistances only at23.10/23.50/23.80 cents per pound.

Lula’s political intervention at Petrobras affects the sugar-alcohol sector, which still vividly remembers the turbulent years when the PT’s (Workers Party) gang was in power, especially during Dilma Rousseff’s dark administration. Over the six years under the command of the most dyslexic and dysfunctional president of the Republic – and let me tell you that over the last 20 years mediocrity has been an imperative demand in the resume of whoever holds the presidency in the “Planalto” – except for President Temer – the sector lost something like R$80 billion in today’s values in revenue and market share.  We all need now is for the mendacious guy in the “Planalto to make the mills maximize the ethanol production to lower inflation, for instance.

Authentic suck-up of left dictatorships, what Lula, in his recurring megalomaniac dreams, would really like is to change Petrobras into the PDVSA modes of Venezuela, a country he says is a model of democracy. Lula’s incoherent statements raises questions about whether they stem from poor reasoning made in his brain or whether they stem from less noble impulses in his bowels, direct reflex of his carefree rhetoric. Therefore, no wonder his popularity is falling sharply, going down the drain, towards popular contempt.

 

You all have a nice weekend.

 

Arnaldo Luiz Corrêa

 

Compartilhe

Filtre por palavra chave

Assine nossa newsletter

pt_BRPT
Pular para o conteúdo