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Café

MERCADO AINDA EM CONSOLIDAÇÃO – ATÉ QUANDO (2)?
18/05/2024

O mercado continuou “de lado” e surpreendeu no último pregão da semana com o Set-24 subindo +850 pontos e encerrando o período com uma alta acumulada de +600 pontos (fechamento sexta-feira anterior / máxima / mínima / fechamento atual respectivamente @ +199,95 / +205,95 / +191,95 / +205,45 centavos de dólar por libra-peso). O volume diário negociado também reduziu consideravelmente ao longo dos dias negociando respectivamente na segunda/terça/quarta/quinta/sexta-feira aproximadamente +48,300 / +37,800 / +29.250 / +24.700 / +35.440 lotes. Os fundos + especuladores reduziram novamente a posição comprada em -4.084 lotes  mas ainda continuam comprados em +42.457 lotes.

O próximo vencimento Julho-24 continua com 2 suportes muito importantes sendo “monitorados e testados” por todos. Como previsto, o primeiro suporte (a média-móvel dos +100 dias: encerrou essa  semana @ +194,15 centavos de dólar por libra-peso) voltou a ser testado na terça-feira (quando o mercado negociou na mínima da semana @ +192,75 centavos de dólar por libra-peso) e o segundo suporte sendo a média-móvel dos +200 dias: encerrou a semana @ +187,45 centavos de dólar por libra-peso).

Com a alta da sexta-feira o vencimento Julho-24 conseguiu negociar e encerrar acima da média-móvel dos +50 dias @ +206,60 centavos de dólar por libra-peso (encerrou a semana @ +203,70 centavos de dólar por libra-peso). Agora, dependendo do apetite dos fundos + especuladores, o Julho-24 tem espaço para voltar a buscar os +216 / +227 centavos de dólar por libra-peso. Porém, com a entrada da safra (aproximadamente +15% já colhidos) e com a proximidade do próximo vencimento das opções do contrato Julho-24 no próximo dia 12 de junho creio que, conforme indicado no comentário semanal anterior, poderemos ver o Julho-24 voltando a testar novamente os +190/+180 centavos de dólar por libra-peso antes de voltar a subir com força.

Por enquanto, o mundo consumidor continua encontrando abastecimento suficiente do Brasil. Enquanto o Brasil continuar exportando acima dos +3,80 / +4,00 milhões de sacas por mês o mundo continuará “abastecido” e sem motivos para “pagar” por preços mais altos.

Segundo a Cecafé*, em abril-24 o Brasil exportou +4,22 milhões de sacas (+53% em comparação ao mês de abril-23 quando o Brasil exportou +2,76 milhões de sacas). Com o atraso / cancelamento de alguns navios durante o mês de abril-24 aproximadamente +300 mil sacas que deveriam ter sido exportadas deverão ser carregadas agora no mês de maio-24. Com base nas “emissões” emitidas e publicadas pela Cecafé* até o dia 17 de maio-24 o Brasil poderá exportar novamente algo entre +4,20 / +4,50 milhões de sacas – aproximadamente +80% acima do volume exportado no mês de maio-23 (quando o Brasil exportou +2,45 milhões de sacas).

Se o Brasil exportar +4,50 milhões de sacas em maio-24 e +4,00 milhões de sacas em junho-24 então o Brasil poderá encerrar a safra 23/24 exportando acima dos +47,60 milhões de sacas – surpreendendo praticamente a previsão de todos os analistas. Inclusive ultrapassando a “exportação recorde” durante a safra 20/21 quando o Brasil exportou +45,68 milhões de sacas para uma “safra recorde” 20/21 estimada então em +70 milhões de sacas!

As grandes dúvidas continuam sendo os dados/estatísticas (e principalmente a falta de dados confiáveis) referentes ao quadro da “oferta x demanda” do parque cafeeiro brasileiro!

Fazendo a “conta de chegada”, se o Brasil consumiu ao redor de +21,60 milhões de sacas e exportou +47,60 milhões de sacas, então apenas aqui já temos uma “produção mínima” na safra 23/24 em +69,20 milhões de sacas! A Conab* estimou a safra 23/24 em +55,07 milhões de sacas, o IBGE* em +56,98 milhões de sacas e o USDA* em +66,30 milhões de sacas. Apenas 2 “casas” estimaram a safra 23/24 brasileira acima dos +69,00 milhões de sacas: a Olam com +69,60 milhões de sacas e a Ecom com +69,90 milhões de sacas!

Para o Brasil ter consumido e exportado o total de +69,20 milhões de sacas no período Julho-23/Junho-24 mantendo um “estoque de passagem” mínimo da safra 23/24 para a safra 24/25 em pelo menos +15 milhões de sacas, então podemos questionar outras 2 variáveis:

  1. Se a Conab* estiver correta (com a produção em “apenas” +55,07 milhões de sacas) então o estoque de passagem da safra 22/23 para a safra 23/24 foi bem superior aos +15 milhões de sacas, podendo ser superior aos +30 / +40 milhões de sacas!
  2. As projeções da Conab* e IBGE* foram novamente subestimadas podendo o “erro” estar na “área real em produção” estar bem acima do estimado em +1,92 milhões de sacas e/ou a produtividade média em sacas/hectare ter sido considerada bem abaixo da realidade. Segundo a Conab*:

Para a próxima safra 24/25 a Conab* estima que “A área total, destinada à cafeicultura no país em 2024, espécies arábica e conilon, totaliza 2,25 milhões de hectares, aumento de 0,8% sobre a área da safra anterior, com 1,92 milhão de hectares destinados às lavouras em produção, crescimento de 2,4% em relação ao ano anterior, e 336,3 mil hectares em formação, redução de 7% em comparação ao ciclo anterior”.

 “Para a produtividade média nacional de café, a primeira estimativa indica +30,30 scs/ha, 3% maior em relação a safra anterior. A produtividade do café arábica está estimada em +26,7 scs/ha (aumento de 2% em relação à safra de 2023). A produtividade do café conilon está estimada em 44,3 scs/ha, 6,2% acima da safra anterior”.

Os dados vindos das lavouras do café robusta continuam “confirmando” uma quebra na produção da safra 24/25. Essa quebra, por enquanto, o mercado ainda “não comprou” mas esta monitorando de perto. Como “acreditar” nos dados que “não são confiáveis / auditados” vindos do produtor e da própria Conab* com o Brasil consumindo / exportando tanto nos últimos anos e nunca “faltando café”?

A colheita continua avançando com aproximadamente +15% já colhido até o próximo dia 19 de maio. As lavouras do café tipo arábica continuam apontando uma produção “não ideal mas ainda assim superior à do ano passado” (segundo relato de alguns produtores amigos).

Provavelmente o mercado vai sentir o reflexo dessa eventual quebra, tanto no café tipo robusta quanto no café tipo arábica, apenas durante o último trimestre de 2024 / primeiro trimestre 2025. Eventual / provável redução nas exportações e dificuldades na originação para café com peneira acima da 17/18 (tanto no café tipo robusta quanto no arábica) nesse nos próximos meses deverão dar suporte ao mercado.

O mercado interno continua negociando entre +850/950 R$/saca para o café tipo robusta (ainda -250 R$/saca abaixo do preço / paridade com o Vietnam) e o café tipo arábica entre +1.050/+1.150 R$/saca.

O outono está acabando e em breve deveremos ter a “primeira” frente fria chegando nas áreas produtoras. Enquanto o frio não chegar os produtores estarão avançando as operações da colheita. Precisamos ficar atentos pois um eventual risco para geadas e/ou novo período de seca entre agosto-novembro-24 poderão afetar a próxima safra 25/26.

Por enquanto ainda muitas perguntas:

– Qual o estoque de passagem da safra 22/23 para a safra 23/24? +15/+30 milhões de sacas?

– Qual o tamanho das safras 20/21; 21/22; 22/23; 23/24?

– Qual será o tamanho da próxima safra 24/25? +60 / +65 / +70 / +75 milhões de sacas?

– Qual será o estoque de passagem atual da safra 23/24 para a safra 24/25? +10 / +15 / +20 milhões de sacas?

– A China vai acordar? Ou já acordou? Qual será a demanda chinesa para os próximos 14/36 meses?

Continuo “baixista” no curto prazo com o Julho-24 podendo voltar a negociar ao redor dos +190/+180 centavos de dólar por libra-peso.

E “altista” no médio/longo prazo (principalmente se a safra brasileira 24/25 realmente vier abaixo dos +65 milhões de sacas).

Como sempre, Protejam-se!

Prestem atenção nos exemplos recentes dos mercados de cacau e açúcar! Altas “irracionais” levam o mercado a correções “irracionais” deixando os “desavisados” pelo caminho…

Estão abertas as inscrições para o Curso Avançado de Futuros Opções e Derivativos – Commodities Agrícolas, presencial, em São Paulo, dias 25 (terça-feira) e 26 (quarta-feira) de junho. Esta provavelmente será a única oportunidade desse ano de você fazer um curso que virou referência no mercado e já foi atendido por mais de 3.000 profissionais. Para mais informações contate priscilla@archerconsulting.com.br.

 

Boa semana a todos!

Marcelo Fraga Moreira*

 

*Marcelo Fraga Moreira é um profissional há mais de 30 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.

** “Call” = opção de Compra

** “Put” = opção de Venda

** “Compra Call-Spread” = compra e venda simultânea de 2 Opções de Compra comprando a Opção com preço de exercício mais baixo vendendo a Opção com preço de exercício mais alto);

** “Venda Call-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Compra vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo e comprando a Opção com preço de exercício mais alto);

** “Compra Put-Spread” = compra e venda simultânea 2 Opções de Venda comprando a Opção com preço de exercício  mais alto e vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “Venda Put-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Venda vendendo a Opção com preço de exercício  mais alto e comprando a Opção com preço de exercício mais baixo);

** “CFTC” = Commodity Futures Trading Commission – agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities;

** “IBGE” = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística

** “Cecafé” = Conselho dos Exportadores de Café do Brasil

** “SECEX” = Secretaria comércio exterior

** “CNC” = Conselho Nacional do Café

** “USDA” = Departamento da Agricultura dos Estados Unidos

** “FNC” = Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia

** “FAS” = Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA*

** “OIC” = Organização Internacional do Café

** “GCA” = Green Coffee Association

** “ABIC” = Associação Brasileira da Indústria de Café

** “Sincal” = Associação dos Produtores do Brasil

** “NDF” = (Non-Deliverable Forward), um contrato a termo de moeda com liquidação financeira, com vencimento para aquele mês

** “Pib” = Produto Interno Bruto

** “FED” = Banco Central Americano

** “NOAA” = Departamento Nacional da Atmosfera e Oceanos dos Estados Unidos

** “EUROSTAT”  = Serviço de Estatística da União Europeia responsável pela publicação de estatísticas e indicadores de elevada qualidade a nível europeu que permite a comparação entre países e regiões

** “OPEP” = A Organização dos Países Exportadores de Petróleo

** “FOMO” = É caracterizada pela necessidade constante que uma pessoa tem de saber o que outras estão fazendo. FOMO, sigla que vem da expressão em inglês “fear of missing out”, que traduzida para o português significa “medo de ficar de fora”.

o investidor fica com receio em perder uma oportunidade no mercado e sai “comprando ou vendendo” para não ficar de fora da “oportunidade” divulgada na mídia (FOMO = Free of missing out A Organização dos Países Exportadores de Petróleo

** “COOXUPÉ” = Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé

** “Coccamig” = Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais

** “PIB” = Produto interno Bruto de um país

** “COPOM” = Comitê de Política Monetária, é um órgão do Banco Central. Ele foi criado em 1996 com o objetivo de traçar e acompanhar a política monetária do país. Esse é o órgão responsável pelo estabelecimento de diretrizes a respeito da taxa de juros

** “BASIS” = O basis é a disparidade de preço causada pela diferença geográfica entre os pontos de entrega da commodity. Ele é calculado subtraindo o valor da commodity no mercado físico em determinada praça, pelo preço do mesmo produto no mercado futuro.

** “Bandas de bollinger” = do inglês bollinger bands, é um indicador de volatilidade bastante utilizado para prever se um ativo está sobre-comprado, estável ou sobre-vendido. Ele é formado por duas médias móveis, uma superior e outra inferior que indicam tal informação. São alguns atributos desse indicador:

  • Antever os níveis de preço de um ativo
  • Antecipar topos e fundos de preço no gráfico
  • Mostrar a intensidade de valorização ou desvalorização de um ativo

Portanto, este indicador tenta mostrar se uma ação está barata ou cara, em um determinado período de tempo.

Desse modo, ele é indicado para operações de curto prazo, day trade ou swing trade.

O autor da técnica é o americano John Bollinger (nascido em 1950), analista financeiro e colaborador da área de análise técnica. John lançou o seu livro Bollinger on Bollinger Bands em 2001, mas essa técnica começou a ser desenvolvida por ele ainda na década de 1980. As bandas são derivadas das médias móveis e mostram que, independente de qualquer movimento que o preço faça, ele tende a voltar a um equilíbrio. Portanto, temos aí um “estreitamento das bandas” no gráfico de candlestick.

** “PMI” = A sigla PMI significa, em inglês, Purchasing Manager’s Index e é um indicador que mede a atividade econômica de um país a partir de pesquisas mensais realizadas por uma empresa privada.

Assim, o PMI também é conhecido como Índice de Gerentes de Compra e seu principal objetivo é fornecer informações sobre a temperatura de alguns setores da economia e orientar os diversos profissionais do mercado.

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