O mercado continuou “de lado” e surpreendeu no último pregão da semana com o Set-24 subindo +850 pontos e encerrando o período com uma alta acumulada de +600 pontos (fechamento sexta-feira anterior / máxima / mínima / fechamento atual respectivamente @ +199,95 / +205,95 / +191,95 / +205,45 centavos de dólar por libra-peso). O volume diário negociado também reduziu consideravelmente ao longo dos dias negociando respectivamente na segunda/terça/quarta/quinta/sexta-feira aproximadamente +48,300 / +37,800 / +29.250 / +24.700 / +35.440 lotes. Os fundos + especuladores reduziram novamente a posição comprada em -4.084 lotes mas ainda continuam comprados em +42.457 lotes.
O próximo vencimento Julho-24 continua com 2 suportes muito importantes sendo “monitorados e testados” por todos. Como previsto, o primeiro suporte (a média-móvel dos +100 dias: encerrou essa semana @ +194,15 centavos de dólar por libra-peso) voltou a ser testado na terça-feira (quando o mercado negociou na mínima da semana @ +192,75 centavos de dólar por libra-peso) e o segundo suporte sendo a média-móvel dos +200 dias: encerrou a semana @ +187,45 centavos de dólar por libra-peso).
Com a alta da sexta-feira o vencimento Julho-24 conseguiu negociar e encerrar acima da média-móvel dos +50 dias @ +206,60 centavos de dólar por libra-peso (encerrou a semana @ +203,70 centavos de dólar por libra-peso). Agora, dependendo do apetite dos fundos + especuladores, o Julho-24 tem espaço para voltar a buscar os +216 / +227 centavos de dólar por libra-peso. Porém, com a entrada da safra (aproximadamente +15% já colhidos) e com a proximidade do próximo vencimento das opções do contrato Julho-24 no próximo dia 12 de junho creio que, conforme indicado no comentário semanal anterior, poderemos ver o Julho-24 voltando a testar novamente os +190/+180 centavos de dólar por libra-peso antes de voltar a subir com força.
Por enquanto, o mundo consumidor continua encontrando abastecimento suficiente do Brasil. Enquanto o Brasil continuar exportando acima dos +3,80 / +4,00 milhões de sacas por mês o mundo continuará “abastecido” e sem motivos para “pagar” por preços mais altos.
Segundo a Cecafé*, em abril-24 o Brasil exportou +4,22 milhões de sacas (+53% em comparação ao mês de abril-23 quando o Brasil exportou +2,76 milhões de sacas). Com o atraso / cancelamento de alguns navios durante o mês de abril-24 aproximadamente +300 mil sacas que deveriam ter sido exportadas deverão ser carregadas agora no mês de maio-24. Com base nas “emissões” emitidas e publicadas pela Cecafé* até o dia 17 de maio-24 o Brasil poderá exportar novamente algo entre +4,20 / +4,50 milhões de sacas – aproximadamente +80% acima do volume exportado no mês de maio-23 (quando o Brasil exportou +2,45 milhões de sacas).
Se o Brasil exportar +4,50 milhões de sacas em maio-24 e +4,00 milhões de sacas em junho-24 então o Brasil poderá encerrar a safra 23/24 exportando acima dos +47,60 milhões de sacas – surpreendendo praticamente a previsão de todos os analistas. Inclusive ultrapassando a “exportação recorde” durante a safra 20/21 quando o Brasil exportou +45,68 milhões de sacas para uma “safra recorde” 20/21 estimada então em +70 milhões de sacas!
As grandes dúvidas continuam sendo os dados/estatísticas (e principalmente a falta de dados confiáveis) referentes ao quadro da “oferta x demanda” do parque cafeeiro brasileiro!
Fazendo a “conta de chegada”, se o Brasil consumiu ao redor de +21,60 milhões de sacas e exportou +47,60 milhões de sacas, então apenas aqui já temos uma “produção mínima” na safra 23/24 em +69,20 milhões de sacas! A Conab* estimou a safra 23/24 em +55,07 milhões de sacas, o IBGE* em +56,98 milhões de sacas e o USDA* em +66,30 milhões de sacas. Apenas 2 “casas” estimaram a safra 23/24 brasileira acima dos +69,00 milhões de sacas: a Olam com +69,60 milhões de sacas e a Ecom com +69,90 milhões de sacas!
Para o Brasil ter consumido e exportado o total de +69,20 milhões de sacas no período Julho-23/Junho-24 mantendo um “estoque de passagem” mínimo da safra 23/24 para a safra 24/25 em pelo menos +15 milhões de sacas, então podemos questionar outras 2 variáveis:
- Se a Conab* estiver correta (com a produção em “apenas” +55,07 milhões de sacas) então o estoque de passagem da safra 22/23 para a safra 23/24 foi bem superior aos +15 milhões de sacas, podendo ser superior aos +30 / +40 milhões de sacas!
- As projeções da Conab* e IBGE* foram novamente subestimadas podendo o “erro” estar na “área real em produção” estar bem acima do estimado em +1,92 milhões de sacas e/ou a produtividade média em sacas/hectare ter sido considerada bem abaixo da realidade. Segundo a Conab*:
- Antever os níveis de preço de um ativo
- Antecipar topos e fundos de preço no gráfico
- Mostrar a intensidade de valorização ou desvalorização de um ativo