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Mais uma semana firme com o Dez-24 voltando a subir +2.500 pontos e negociando na máxima do ano @ 275,05 centavos de dólar por libra-peso. O Dez-24 encerrou @ 269,15 centavos de dólar por libra-peso (mínima / máxima / fechamento respectivamente @ 250,10 / 275,05 / 269,15 centavos de dólar por libra-peso).
Em Londres o café robusta com vencimento em Novembro-24 voltou a negociar @ 5.575 US$/tonelada e encerrou @ 5.482 US$/tonelada (328,85 US$/saca ou 1.800 R$/saca).
O clima continua sendo o principal ponto de atenção (Volta das chuvas: sim ou não? Serão suficientes para repor o déficit hidrico? Sim ou não?). As chuvas dos últimos dias foram consideradas insuficientes para reverter o déficit hídrico dos últimos 180 dias. Após as chuvas o sol voltou forte castigando novamente as lavouras. Em algumas regiões do cerrado mineiro, Rondônia e interior do estado de São Paulo as temperaturas voltaram a atingir e superar os 40 graus (“torrando” ainda mais as lavouras). Existe previsão para novas chuvas a partir do dia 10 de outubro. Segundo muitos produtores dificilmente as lavouras irão se recuperar a tempo para produzir uma safra 25/26 “recorde” aguardada ainda por alguns analistas. Safra 25/26 acima dos 80 milhões de sacas? TRUCO!
O mercado interno continua firme negociando acima dos 1.500 R$/saca (tanto para o café arábica tipo 6 quanto para o café robusta). Porém, a grande reclamação do produtor é que o comprador não está repassando o aumento dos preços em Nova Iorque e Londres para o produtor. O diferencial de compra praticado no mercado interno para a compra base “bica corrida” estava entre -30/-35 pontos (aproximadamente 250 R$/saca). Atualmente esse diferencial passou para -60/-65 pontos – equivalente a 475 R$/saca! Ou seja, os produtores tem razão! O produtor já deveria estar recebendo 1.700/1.750 R$/saca para o seu produto café arábica tipo 6! Culpa de quem? Do produtor que infelizmente não consegue “bater o pé” e colocar o preço no seu produto! O produtor brasileiro continua negociando café robusta ainda com um deságio entre -150/-200 R$/saca para o produto do Vietnam!
A liderança européia voltou a declinar a prorrogação para implementar as novas regras UNILATERAIS para importação dos produtos provenientes de regiões não desmatadas (EUDR) já a partir do próximo dia 01 de janeiro de 2025 (mesmo com a pressão do Brasil e outros países exportadores de produtos agrícolas para o mercado europeu). Dessa forma, o comprador europeu está acelerando os embarques para evitar o desabastecimento local durante o primeiro semestre de 2025 e pagar as pesadas multas. Vamos aguardar e ver como será o abastecimento do mercado europeu a partir do dia 01 de janeiro 2025 e se realmente irá faltar produto nas prateleiras e/ou aumento dos preços ao consumidor final.
Creio que o Brasil, sendo um dos principais países que se enquadrou para atender essas novas exigências, deveria cobrar um prêmio para continuar abastecendo o velho continente! Imaginem se o Brasil deixar de exportar soja, milho, café para abastecer as necessidades locais! Por outro lado, as nossas lideranças continuam se curvando ao “imperialismo europeu”. Uma sugestão: Vamos então deixar de importar produtos europeus que utilizam energia elétrica provenientes da queima de carvão, petróleo… Proibir a importação de maquinas, automóveis exigindo também a comprovação de que todos os itens utilizados para a construção desses produtos (pneus, bancos, cabos elétricos, vidros, plástico, ferro, aço, etc) são provenientes de áreas “não desmatadas” durante os últimos 20-30-50 anos!
A boa noticia da semana foi a divulgação onde uma grande empresa chinesa está prestes a fechar uma compra de 2,50 bilhões de dólares em café brasileiro para atender sua demanda! Esse valor representa aproximadamente 7 milhões de sacas! Se a Europa fechar as portas felizmente outros mercados estão sendo abertos!
As exportações brasileiras continuam aceleradas. O Brasil deverá exportar no mês de setembro-24 novamente entre 4,20 – 4,50 milhões de sacas. Confirmando esse volume então, durante os primeiros 3 meses da safra 24/25, o Brasil já terá exportado +20% (ou 2 milhões de sacas) acima do mesmo período do ano passado. E o maior volume desde julho-setembro-20 (quando o Brasil exportou 11,00 milhões de sacas).
Com todo esse volume sendo exportado então por que o mercado continua tão firme? Pela minha análise que venho compartilhando com nossos leitores há semanas, o quadro da “oferta mundial x demanda mundial” continua crítico. E deverá continuar crítico durantes os próximos 3 anos!
O contrato futuro na bolsa local “B3” para o café tipo robusta começou a negociar no dia 23 de setembro. Porém, infelizmente, com liquidez praticamente zero. Não existe ainda nenhum contrato aberto/negociado para os meses janeiro/março/maio/julho/setembro/novembro-25… E baixíssima liquidez no vencimento novembro-24… Nas opções então, liquidez zero!
Em Nova Iorque as opções de compra “call*” em aberto para o próximo vencimento Dez-24 nos strikes 270 / 275 / 280 / 290 / 300 encerraram respectivamente com 2.176 / 1.884 / 1.900 / 3.894 / 7.239 lotes! E as opções de venda “put*” começam a aparecer apenas a partir do strike 240 centavos de dólar por libra-peso!
Com os fundos + especuladores ainda comprados em 46.398 lotes continuo positivo para o médio/longo prazo com o Dez-24 buscando os 300 centavos de dólar por libra-peso com suportes em 263 e 244 centavos de dólar por libra-peso.
Para o produtor do café robusta, procure dar liquidez ao mercado da B3 tanto no mercado futuro quanto no mercado das opções (porém façam as contas e negociam os “spreads” entre os valores apresentados na “compra x venda” Trabalhe as ordens!). Aprenda a utilizar essa ferramenta para mitigar seu risco! Comprar uma opção de venda “put*” no strike 1.600 R$/saca para o vencimento julho-25 pode ser uma “boa idéia”!
Repetindo o parágrafo do comentário anterior: “Com base na nova estimativa da safra 24/25 divulgada pela Conab (agora em apenas 54,79 milhões de sacas) e considerando o consumo interno em 21,50 milhões de sacas, então o Brasil poderá exportar no máximo 33,29 milhões de sacas nesta safra! Até o final do mês de Setembro-24 o Brasil já terá exportado 36% da safra 24/25 (12 milhões de sacas) deixando apenas +21,29 milhões de sacas ainda disponíveis para exportar durante os próximos 9 meses – uma redução drástica na oferta do café para abastecer o mercado mundial em apenas 2,39 milhões de sacas por mês!!”
Não tem como não continuar altista com os dados acima!
Como sempre, proteja-se!
Marque na sua agenda e prepare-se para elevar seu conhecimento! O Curso Avançado de Futuros e Opções – Commodities Agrícolas está de volta, e será presencial nos dias 29 e 30 de outubro, em São Paulo. Não perca a oportunidade de se juntar a uma elite de mais de 3.000 profissionais que já participaram desse curso ao longo de quase 20 anos! Este é o treinamento essencial para quem busca dominar o mercado de commodities agrícolas. Garanta sua vaga agora! Para mais informações, entre em contato com priscilla@archerconsulting.com.br Sua carreira merece esse upgrade!
Boa semana a todos!
Marcelo Fraga Moreira*
*Marcelo Fraga Moreira é um profissional há mais de 30 anos atuando no mercado de commodities agrícolas, escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting.
** “Call” = opção de Compra
** “Put” = opção de Venda
** “Compra Call-Spread” = compra e venda simultânea de 2 Opções de Compra comprando a Opção com preço de exercício mais baixo vendendo a Opção com preço de exercício mais alto);
** “Venda Call-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Compra vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo e comprando a Opção com preço de exercício mais alto);
** “Compra Put-Spread” = compra e venda simultânea 2 Opções de Venda comprando a Opção com preço de exercício mais alto e vendendo a Opção com preço de exercício mais baixo);
** “Venda Put-Spread” = venda e compra simultânea 2 Opções de Venda vendendo a Opção com preço de exercício mais alto e comprando a Opção com preço de exercício mais baixo);
** “CFTC” = Commodity Futures Trading Commission – agência independente do governo dos Estados Unidos que regula os mercados de futuros e opções das commodities;
** “IBGE” = Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
** “Cecafé” = Conselho dos Exportadores de Café do Brasil
** “SECEX” = Secretaria comércio exterior
** “CNC” = Conselho Nacional do Café
** “USDA” = Departamento da Agricultura dos Estados Unidos
** “FNC” = Federação Nacional dos Cafeicultores da Colômbia
** “FAS” = Serviço Agrícola Estrangeiro do USDA*
** “OIC” = Organização Internacional do Café
** “GCA” = Green Coffee Association
** “ABIC” = Associação Brasileira da Indústria de Café
** “Sincal” = Associação dos Produtores do Brasil
** “NDF” = (Non-Deliverable Forward), um contrato a termo de moeda com liquidação financeira, com vencimento para aquele mês
** “Pib” = Produto Interno Bruto
** “FED” = Banco Central Americano
** “NOAA” = Departamento Nacional da Atmosfera e Oceanos dos Estados Unidos
** “EUROSTAT” = Serviço de Estatística da União Europeia responsável pela publicação de estatísticas e indicadores de elevada qualidade a nível europeu que permite a comparação entre países e regiões
** “OPEP” = A Organização dos Países Exportadores de Petróleo
** “FOMO” = É caracterizada pela necessidade constante que uma pessoa tem de saber o que outras estão fazendo. FOMO, sigla que vem da expressão em inglês “fear of missing out”, que traduzida para o português significa “medo de ficar de fora”.
o investidor fica com receio em perder uma oportunidade no mercado e sai “comprando ou vendendo” para não ficar de fora da “oportunidade” divulgada na mídia (FOMO = Free of missing out A Organização dos Países Exportadores de Petróleo
** “COOXUPÉ” = Cooperativa Regional de Cafeicultores em Guaxupé
** “Coccamig” = Cooperativa Central de Cafeicultores e Agropecuaristas de Minas Gerais
** “PIB” = Produto interno Bruto de um país
** “COPOM” = Comitê de Política Monetária, é um órgão do Banco Central. Ele foi criado em 1996 com o objetivo de traçar e acompanhar a política monetária do país. Esse é o órgão responsável pelo estabelecimento de diretrizes a respeito da taxa de juros
** “BASIS” = O basis é a disparidade de preço causada pela diferença geográfica entre os pontos de entrega da commodity. Ele é calculado subtraindo o valor da commodity no mercado físico em determinada praça, pelo preço do mesmo produto no mercado futuro.
** “Bandas de bollinger” = do inglês bollinger bands, é um indicador de volatilidade bastante utilizado para prever se um ativo está sobre-comprado, estável ou sobre-vendido. Ele é formado por duas médias móveis, uma superior e outra inferior que indicam tal informação. São alguns atributos desse indicador:
Antever os níveis de preço de um ativo
Antecipar topos e fundos de preço no gráfico
Mostrar a intensidade de valorização ou desvalorização de um ativo
Portanto, este indicador tenta mostrar se uma ação está barata ou cara, em um determinado período de tempo.
Desse modo, ele é indicado para operações de curto prazo, day trade ou swing trade.
O autor da técnica é o americano John Bollinger (nascido em 1950), analista financeiro e colaborador da área de análise técnica. John lançou o seu livro Bollinger on Bollinger Bands em 2001, mas essa técnica começou a ser desenvolvida por ele ainda na década de 1980. As bandas são derivadas das médias móveis e mostram que, independente de qualquer movimento que o preço faça, ele tende a voltar a um equilíbrio. Portanto, temos aí um “estreitamento das bandas” no gráfico de candlestick.
** “PMI” = A sigla PMI significa, em inglês, Purchasing Manager’s Index e é um indicador que mede a atividade econômica de um país a partir de pesquisas mensais realizadas por uma empresa privada.
Assim, o PMI também é conhecido como Índice de Gerentes de Compra e seu principal objetivo é fornecer informações sobre a temperatura de alguns setores da economia e orientar os diversos profissionais do mercado.
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