SEM TEMPESTADES NEM TROVÕES

O mercado futuro de açúcar em NY levou uma surra na semana que passou. O vencimento maio/24 mergulhou em queda livre nesta semana, encerrando a sexta-feira cotado a 20.47 centavos de dólar por libra-peso, encolhendo 147 pontos – equivalentes a mais de 32 dólares por tonelada – que somada à desvalorização do real em relação ao dólar (que chegou a bater 5,1485) provocou uma retração do açúcar em 139 reais por tonelada comparativamente à semana passada. 

Se o céu permanecer limpo sem tempestades e trovões, nem revoadas de cisnes negros, os fundamentos se impõem e não há como resistir a eles. Os fundos especulativos de acordo com o COT (Commitment Of Trades), relatório dos comitentes, publicado na sexta-feira pelo CFTC (Commodity Futures Trading Commission), agência independente do governo dos Estados Unidos, que regula os mercados de futuros e opções das commodities, com base nos dados de terça anterior, estavam comprados pouco mais de 33,000 lotes, reduzindo 40% do volume que tinham uma semana antes. Mercados mais voláteis como o cacau e cafépode estar provocando essa oscilação na posição dos especuladores que fazem voos curtos com suas posições.

Quem viaja pelo interior e observa os canaviais compactos, verdejantes e saudáveis acaba vendo diminuir sensivelmente qualquer sentimento altista que possa ter. Os números de previsão de moagem de cana de vários participantes e analistas de mercado para o Centro-Sul na safra 24/25 estão na média 604.5 milhões de toneladas se extirpadas do cálculo os extremos, segundo dados compilados pela Novacana.

Pelo relatório publicado pela UNICA, o Centro-Sul encerrou a safra 23/24 esmagando um total de 654.4 milhões de toneladas de cana que produziram 42.4 milhões de toneladas de açúcar e 27.3 bilhões de litros de etanol (além dos 6.3 bilhões de litros de etanol de milho). Para a safra que se inicia, caso a projeção de produção de cana se concretize, o mercado terá uma queda de 7.5% na quantidade de cana a ser esmagada.

É bom lembrar que a expectativa do mercado é de que o mix de açúcar pule dos 48.9% observados na safra que se encerrou para 51.8% esperados na safra corrente. Dessa forma, a produção final de açúcar deve sofrer uma redução de apenas 500 mil toneladas, sem reflexo na disponibilidade do produto. No entanto, caso o mix se mantivesse inalterado, a redução na produção de açúcar seria de quase 3 milhões de toneladas. Em outras palavras, uma mexida no mix faz com que o Brasil compense a falta de açúcar da Tailândia, por exemplo.

A combinação recente de melhores preços (como na semana anterior) e real mais fraco acelerou o movimento de fixação de preços por parte das usinas. Muito embora os preços em centavos de dólar por libra-peso estejam aquém dos níveis vistos no início do último trimestre de 2023, os valores em reais por tonelada ainda continuam atrativos. É fato que as usinas que investiram em fábrica de açúcar fizeram muito bem em fixar preços, obtendo um retorno sobre o projeto de forma mais rápida e consistente.

Interessante notar que a média dos últimos 10 anos dos fechamentos de NY convertidos em reais e corrigidos pelo IPCA, equivale a R$ 2,143 por tonelada, o que coloca o suporte teórico de longo prazo de NY, em torno de 18.75 centavos de dólar por libra-peso. Esse é o nível que nos parece ser o chão do mercado, espécie de suporte de longo prazo.

Outro ponto digno de nota é que até a última quinzena de março, a produção acumulada de açúcar atingiu 30.2 milhões de toneladas, 0.4% maior do que o mesmo período da safra passada. 210 usinas ainda permaneciam em operação contra 187 o ano passado. Traduzindo: tem cana ainda a ser moída e o numero final será maior do que o do ano passado.

Preparem-se para um mercado com mais volatilidade no segundo semestre. Uma eventual vitória de Trump vai trazer mais instabilidade no cenário geopolítico com implicações nas commodities energéticas. Bom ficar de olho e buscar alternativas de proteção.

O vencimento maio-24 encontrou forte resistência na média móvel dos 100 dias a 22,60 e realizou rompendo o suporte da banda de Bolliger dos 50 dias a 20.70 encerrando a semana na mínima do ano a 20.47 centavos de dólar por libra-peso. próximos suportes a 19.80 / 19.09 centavos de dólar por libra-peso e resistências a 21.60 / 22.10; já o julho-24 encerrou a semana a 20.15 centavos de dólar por libra-peso com próximo suporte relevante apenas a 18.53 centavos de dólar por libra-peso e resistências a 21.30 centavos de dólar por libra-peso e 21.70 centavos de dólar por libra-peso

 

Um excelente final de semana a todos

 

Arnaldo Luiz Corrêa

 

The sugar futures market in New York took a beating last week. May/2024 plunged into free fall this week, closing out Friday at 20.47 cents per pound, shrinking 147 points – equivalent to more than 32 dollars per ton – which together with the devaluation of the real against the dollar (which came to 5.1485) caused the sugar downturn by 139 points per ton compared to last week.

If the sky stays clear with no storms or thunder, nor flocks of black swans, the fundamentals will impose themselves and there is not fighting them back. The speculative funds according to the COT (Commitment of Trades), published on Friday by the CFTC (Commodity Futures Trading Commission), based on the previous Tuesday’s data, were long by a little over 33,000 lots, reducing 40% the volume they had a week before. More volatile markets such as cocoa and coffee can be causing this fluctuation on the position of the speculators that make short flights with their positions.

Whoever travels around the countryside and looks at the compact sugar fields, green and healthy, ends up seeing any bullish feeling they might have slightly dwindle. The forecast numbers for sugarcane crushing by several participants and market analysts for the Center-South in the 2024/2025 crop are at 604.5 million tons on average if the extremes are rooted out of the calculation, according to data collected by Novacana.

Based on the report published by UNICA, the Center-South ended the 2023/2024 crop crushing a total of 654.4 million tons of sugarcane which produced 42.4 million tons of sugar and 27.3 billion liters of ethanol (in addition to 6.3 billion liters of corn ethanol). For the crop that is starting, if the sugarcane production forecast comes true, the market will have a 7.5%drop in the amount of sugarcane to be crushed.

Keep in mind that the market expectation is for the sugar mix to jump from the 48.9% seen in the crop that has ended to 51.8% expected for the current crop. Therefore, the final sugar production should reduce by only 500 thousand tons, without impacting the product availability. However, if the mix stayed unchanged, the reduction in sugar production would be almost 3 million tons. In other words, a change in the mix makes Brazil makes up for the sugar shortage from Thailand, for instance.

The recent combination of better prices (likeduring previous week) and a weaker real sped up the pricing movement by the mills. Although the prices in cents per pound are below the levels seen at the start of the last quarter of 2023, the values in real per ton are still appealing. It’s a fact that the mills that invested in sugar mill were right about fixing prices, getting a return on the project more quickly and more consistently.

It’s interesting to see that the average over the last 10 years of New York closings converted into real and adjusted by the IPCA amounts to R$2,143 per ton, which places the NY long-term theoretical support at 18.75 cents per pound. This is the level that seems to be the market floor to us, a kind of long-term support.

Another point worth mentioning is that up until the last two weeks of March, the accumulated production reached 30.2 million tons, 0.4 greater than that of the same period of the last crop. Two-hundred and ten mills were still operating against 187 last year. Translating: there is still sugarcane to be ground and the final number will be greater than last year’s.

Get ready for a market with more volatility in the second semester. A possible Trump’s win will bring more instability to the geopolitical landscape with implications on the energy commodities. You’d better watch and look for safeguard alternatives.

May/2024 found strong resistance on the moving average of the 100 days at 22.60 and realized breaking the support of the Bollinger band of the 50 days at 20.70 closing out the week at the year’s low at 20.47 cents per pound. Next supports at 19.80/19.09 cents per pound and resistances at 21.60/22.10; July/2024 closed out the week at 20.15 cents per pound with the next relevant support at just 18.53 cents per pound and resistances at 21.30 cents per pound and 21.70 cents per pound.

You all have a great weekend.

AArnaldo Luiz Corrêa

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