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Açúcar

O MASSACRE DA SERRA ELÉTRICA
13/03/2010

O mercado fechou a semana em queda livre perdendo 54 dólares por tonelada no primeiro mês de vencimento (maio/2010). Na média dos meses que são referência para fixação de preços da safra 2010/2011, o mercado caiu 9% na semana. Ainda assim, se tudo fosse fixado nos preços do fechamento de sexta-feira, a liquidação equivaleria a RS 32,41 por saca posto Usina, bem acima do custo, portanto. Comparando com máximas atingidas até agora, o mercado caiu em média 23,6% na 2010/2011. Se olharmos a 2011/2012 essa queda foi de 12%.

Como disse um experiente trader no Rio, “tem horas que o mercado nos mostra que é hora de não fazer absolutamente nada”. Concordo. A hora agora é dos consumidores industriais aproveitarem a “barrigada” que o mercado deu e fixar seus preços de compra. Mas mais sustos poderão vir para desespero daqueles que viram o trem da alegria passar e nada fizeram.

O mercado demonstrou extrema vulnerabilidade em relação a alguns fatores exógenos, ou seja, fora dos fundamentos. Houve comentários fortes acerca de um fundo que teve problemas de chamada de margem (estava comprado e o mercado caiu) e foi forçado a liquidar suas posições, contribuindo para o massacre da serra elétrica vivido nessa semana. Os ânimos e humores não estão nada bons e quem não fez hedge de venda está com uma tromba desse tamanho.

Além dos fundos, também segundo estimativas de alguns traders, um volume entre 150.000 e 200.000 toneladas foi cancelado (default) por parte dos compradores indianos. Um duro golpe para quem acreditava que faltava açúcar. Esse default significa o seguinte: as tradings estavam compradas no mercado futuro aguardando a fixação de preços por parte dos compradores, momento em que elas zeram sua posição de compra no mercado e transformam-na em faturamento para o comprador. Se o comprador desiste do negócio, como parece ter sido o caso, a trading se vê obrigada a se desfazer de sua posição comprada nos futuros, vendendo a mercado e pressionando os preços. No popular, um default nessas proporções trouxe um prejuízo para as tradings ao redor de 25 milhões de dólares.

Quando o pânico entra pela porta, a razão e o bom senso se atiram pela janela. Muita gente ficou sem fixar o maio/2010 pelas razões mais diversas: ouviu o canto da sereia que ecoava de Dubai; acreditou quando alguns renomados gurus apontavam a flecha para 35 centavos de dólar por libra-peso ou mais; teve problemas junto às tradings que não permitiam fixação com mais de 90 dias de antecedência; ficou muito tempo no cockpit checando os instrumentos antes de levantar vôo; entre outras. E agora, como geralmente ocorre, pressionadas pelo pânico, fixou de qualquer jeito alimentando a acentuada queda que se viu.

Outro trader argumenta que se os fundamentos que davam sustentação ao mercado desapareceram, o mercado teria que ir para o custo e carrego, ou seja, as cotações para os vencimentos mais curtos teriam que estar mais baratas que as de vencimento mais longo. Isso não ocorreu. Tecnicamente o mercado continua invertido. Exatamente porque pairam no ar as incertezas sobre a Índia no que se refere a sua real necessidade (teriam que importar 1 milhão de toneladas até maio).

Resumo da ópera: se você tem um bom volume fixado para maio e julho, ainda tem fôlego para esperar que as coisas fiquem mais claras. Tem muita coisa para acontecer ainda: necessidade efetiva da Índia, como vai iniciar a safra do Centro-Sul, teremos chuva novamente atrasando a safra? Nesse momento, em geral, o trader se sente acuado preocupado em atingir seus objetivos. O menos arriscado é fazer uma fence, comprando uma put (opção de venda) acima do custo de produção e vendendo uma call (opção de compra) para pagar a compra. Se o mercado continuar a derreter, você tem um seguro, se subir você vai ser exercido no preço de exercício.

No primeiro comentário de 2010 dissemos aqui que não acreditávamos nos spreads insanos que chegaram a negociar 82 dólares por tonelada, a diferença entre o maio e o julho de 2010. Veja a quanto fechou esta semana: 18 dólares por tonelada. Ou seja, uma simples análise dos fundamentos e a percepção da incongruência em relação a eles, sem tomar o risco direcional, davam para colocar 64 dólares por tonelada no bolso.

A Archer Consulting já abriu inscrições para o XIII Curso Intensivo de Futuros, Opções e Derivativos, que ocorrerá em São Paulo nos dias 13, 14 e 15 de abril. Mais detalhes, visite nosso site www.archerconsulting.com.br.

O Fundo Fictício da Archer Consulting sofre as agruras de ser um fundo em que as operações devem ser anunciadas a priori, senão seria muito simples apresentar no final de semana o que foi feito sem ter comentado sobre as operações antes. Os ajustes num fundo normal são feitos de maneira dinâmica. Aqui, por razões óbvias, devem ser informados com antecedência. Bem, na semana, vendemos 281 lotes de maior/2010 na abertura de segunda-feira ao nível de 22,34 centavos de dólar por libra-peso. Na segunda vamos liquidar a posição e iniciar uma outra, vendendo a call (opção de compra) e a put (opção de venda) de preço de exercício 20 centavos de dólar por libra-peso, com vencimento para julho de 2010. website tech information Encerramos a semana com prejuízo (o terceiro em seguida) de US$ 174.762,95 reduzindo o lucro total acumulado para US$ 4.356.143,79, com ganho anualizado de 307,93%

Boa semana para todos.

Arnaldo Luiz Corrêa

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