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Café

BRASIL APROVADO PARA SER ENTREGUE NA “ICE”
11/12/2010

O presidente americano Barack Obama concordou em manter os cortes das alíquotas de imposto de renda à classe média e aos 2% mais ricos dos Estados Unidos, que eram uma briga dos republicanos. Em troca Obama conseguiu uma extensão dos benefícios àqueles que estão desempregados há mais de 13 meses, e do benefício de dedução da base incidente do imposto das indústrias que investirem em equipamentos. Em resumo as medidas em nada melhoram o déficit orçamentário do país, justamente em um momento que a Europa tem trabalhado para ajustar as contas internas. Mas por outro lado economistas acreditam que o crescimento do PIB americano pode aumentar em pouco mais de 0.5%, podendo chegar em 2011 em torno de 3.5% (nível acima dos 2.5% necessários para que não se aumente o desemprego, segundo Bernanke).

Agências de classificação de risco alertaram para a leniência da “América” com seus déficits, o que pode colocar em cheque o topo no ranking da graduação. Independentemente dos efeitos negativos de longo-prazo, os mercados financeiros gostaram da novidade e o índice de ações do S&P não apenas fez uma nova alta como fechou no maior nível desde 22 de setembro de 2008. O dólar também teve uma valorização, com o índice do dólar voltando acima dos 80 pontos, enquanto que os índices das commodities ficaram de lado – os últimos talvez pelo quinto aumento consecutivo do compulsório na China.

O mercado futuro de café teve uma alta em Nova Iorque de US$ 6.35 por saca nos últimos cinco dias, US$ 4.05 na BM&F e US$ 3.42 em Londres. A semana entretanto teve uma movimentação abaixo da média em termos de volume, mas as altas refletem também o fortalecimento dos preços do físico nas principais origens e também em diferenciais dos cafés finos. O fluxo de oferta nos países da América Central e Colômbia parece ter passado o pico e na sequência devemos ver uma oferta mais ordenada, não ajudando aqueles que ainda precisam de cobertura para este tipo de café. No caso do robusta e história parece ser igual, e o interesse na entrega mais próxima, Janeiro 2011, mantém o spread em prêmio.

Na semana foi divulgado a exportação brasileira de café de novembro, totalizando 3,150,993 sacas de 60 quilos a um preço médio do arábica de US$ 200.16 por saca. Também circularam pelos e-mails duas estimativas da safra de 2011/12, apontando para uma produção entre 45 e 49 milhões de sacas. Quem está na parte alta do intervalo diz que a perfeita florada e a adubação farta ajudaram, enquanto que o motivo para o número menor foi uma fixação menor da florada. Fato é que o mercado precisa de produções brasileiras mais altas, principalmente para os cafés de qualidade cujos estoques mundiais são pequenos, e para ratificar o argumento também podemos citar que a produção da Colômbia no ano pode não passar de 8.5 milhões de sacas, mais uma vez.

Em busca de um ajuste da maior utilização do café brasileiro nos blends dos principais torradores de café no mundo, e uma decrescente produção dos suaves dos outros países produtores, o Conselho (board) da ICE aprovou a entrega de café brasileiros “livre de gosto de cafés não-lavados”contra o contrato “C” – nós acreditávamos que isto fosse acontecer e escrevemos isto no comentário da semana de 3 a 7 de maio último. Em resumo o Brasil poderá entregar os cafés cereja (semi-washed) e o lavado (washed), nos armazéns certificados, ao preço de US$ 9 centavos por libra-peso abaixo da cotação da bolsa (par).

É um grande passo para a cafeicultura brasileira, muito embora algumas correntes de pensamento no país se aborreceram com o preço aprovado. Creio que a estratégia de comprar uma “briga” de cada vez foi a mais acertada, até porquê não há um exército tão grande para vencer duas batalhas juntas. Primeiro deixem aprovar a entrega, e mais tarde pleiteie um preço “mais justo”.

Na prática nada muda até março de 2013, quando o “C” começará a aceitar a entrega de cafés brasileiros de fato, e assumindo algo improvável, que os diferenciais atuais estejam nos mesmos patamares daqui há dois anos, não haverá ninguém interessado em certificar café brasileiro na bolsa, já que pode-se vender o lavado do país a US$ 15.00 centavos por libra acima das cotações atuais no mercado FOB. Hoje o custo para colocar o café no armazém certificado mais próximo gira em torno de US$ 7.00 centavos por libra, ou seja, o desconto de 9 centavos vira um desconto de 16 centavos quando comparado com os preços do FOB.

O mercado futuro mais esvaziado, com compras de comerciais sentadas perto de US$ 200.00, e um físico firme, deve continuar encontrando poucos motivos para uma baixa. Caso Nova Iorque rompa US$ 213.25 podemos ver uma nova corrida de preços para cima.

Uma ótima semana e muito bons negócios para todos.
Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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