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Café

DIFERENCIAIS APERTADOS, MAS TEM QUEM VENDA BARATO
27/01/2018

Em um dos mais importantes encontro entre líderes do planeta, o Fórum Econômico Mundial que acontece todos os anos em Davos, na Suíça, o secretário do tesouro americano “defendeu” a fraqueza do dólar americano dizendo que a desvalorização da moeda é saudável para o comércio-internacional do país, levando o DXY para o menor nível desde dezembro de 2014.

As bolsas de ações mantêm as altas, com novas máximas registradas para o S&P500, Dow Jones, Nasdaq, Russell3000 e Ibovespa

Indicadores inflacionários dos Estados Unidos acima do esperado também contribuíram para a baixa do dólar e no Brasil a condenação de Lula em segunda-instância fez o Real valorizar.

O índice CRB de commodities bateu o mais alto patamar desde 31 de julho de 2015, tendo todos seus componentes apreciado nos últimos cinco dias, com exceção do contrato de algodão.

O café em Nova Iorque fechou a semana com alta acumulada de US$ 3.90 centavos por libra-peso, enquanto em Londres os ganhos foram de apenas US$ 8 por tonelada.

A questão do câmbio impacta as duas principais origens do arábica, o Brasil e a Colômbia, com o terminal convertido em reais ou peso por libra-peso próximo dos patamares de junho de 2016.

Olhando pela visão dos importadores europeus os preços ajustados em Euros negociam nos mais baixos níveis desde o começo de 2015 – em linha, claro, com o que mencionei no final do primeiro parágrafo.

A constante neste primeiro mês de 2018 tem sido o aperto dos diferenciais, um doloroso golpe que sangra os livros de quem naturalmente opera o mercado vendido no basis (que é a mesma coisa que falar em estar vendido café no físico com preços a serem fixados).

O reflexo deveria estancar novas vendas a diferenciais que não refletem a reposição, seja atual ou mesmo da entrada da safra 18/19, mas não é isto que acontece. Logo, os compradores internacionais acabam concluindo que não há uma firmeza tão generalizada como os altistas gostam de divulgar – e acredito que muitos dos nossos leitores já devem ter ouvido de quem compra café: “tudo o que eu preciso é encontrar um sujeito que queira vender barato, mesmo que não faça sentido para ele”.

Um dos grandes problemas é a questão estrutural do mercado, como notamos no Brasil. Explico: em via de regra os exportadores nacionais têm basicamente uma fonte de financiamento, o ACC (adiantamento de contrato de câmbio), que é o dinheiro mais barato “graças” ao custo alto de financiamento de outras modalidades. Desta forma, o giro na exportação se torna forçoso e a estratégia de quem vendeu café no mercado externo passa a ser torcer para a abertura (ou o barateamento) da reposição – que por sinal desde 2016 não acontece.

A conta chega, cedo ou tarde, e não é à toa que cada vez mais quem tem uma estrutura global (ou ao menos não apenas operação baseada na origem) vai ganhando mais espaço.

O fluxo no físico deve permanecer dosado por algum tempo, com a indústria torrefadora pacientemente cobrindo apenas o necessário, aguardando o momento que as origens não conseguirão mais reter suas vendas. Colômbia, Honduras e Brasil, pela leitura dos baixistas, estão nesta situação, e os mesmos baixistas apostam que com a entrada da safra grande brasileira (independentemente de eventualmente não ultrapassar 58 milhões de sacas), naturalmente aumentará o volume ofertado.

Para piorar o cenário, internamente no Brasil já vimos o conilon despencar de preço e os cafés baixos encontrando pouco interesse de compra – isto porque estamos ainda a pelo menos 3 meses da entrada da safra do conilon.

Há duas esperanças: a primeira é uma recompra das posições dos fundos, que voltaram a colocar um recorde de contratos vendidos nos livros; a segunda é um enfraquecimento do Real.

Sobre os fundos o argumento não tem servido para altas sustentáveis há muito tempo. Já a moeda brasileira pode sempre ser impactada pela infinita capacidade dos políticos e das esferas superiores do judicial brasileiro em demonstrar que o país está longe de ser uma democracia estável e confiável aos investidores – claro que o excesso de dinheiro no mundo torna mais fácil ignorar os riscos.

Não menciono o clima como outro potencial fator altista pois ninguém torce para a desgraça de ninguém.

Tecnicamente Nova Iorque rompendo US$ 129.00 centavos pode atrair uma onda mais forte de compras e para baixo o primeiro suporte está a US$ 120.15 centavos por libra-peso.

Uma ótima se semana e muito bons negócios a todos.

Rodrigo Costa*

*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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