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Café

PRESSIONANDO A MOLA
06/03/2010

A Grécia falou o que os credores queriam ouvir e a União Európeia está trabalhando em um pacote de ajuda ao país, que inclusive teve sucesso na emissão de novos títulos de sua dívida nesta semana.
A manutenção dos juros baixos e a divulgação de índices de inflação praticamente nulos na Europa também contribuiram para que os mercados subissem. E o dólar americano parou de valorizar.

Números ruins do mercado imobiliário americano chegaram a assustar os investidores, mas o aumento do índice de produção de manufaturados, o crescimento de produtividade, e principalmente a diminuição da taxa de desemprego para 9.7% com uma perda menor do que esperada de postos de trabalho em janeiro, devolveram o ânimo aos compradores. Com isso os índices de ações voltaram a negociar nos preços acima do final de 2009.

Os índices das commodities também subiram, mas não o suficiente para apagar a performance negativa desde o começo do ano.

Ao fim da semana, metais e energia subiram e a maior parte dos agrícolas caíram, sendo que o café ficou praticamente de lado.

Chamou atenção na quarta-feira o café não ter conseguido subir com a desvalorização do dólar, para depois na quinta-feira vê-lo cair quando a moeda americana oscilou positivamente .

Porém a queda foi relativamente bem absorvida, e o contrato de maio não conseguiu romper a mínima do dia 25 de fevereiro, US$ 128.25 centavos, voltando a trabalhar acima de 130.00 e se mantendo dentro do enfadonho intervalo entre 128.00 e 134.00.

Olhando para o fundamento vemos um maior aperto da oferta de cafés por todas as origens, e um apetite maior de compra de torradores, que parecem terem atingido um patamar muito baixo de estoques. A procura de café para embarque imediato não é isolada, demonstrando que depois da indústria ter aumentado a cobertura do “flat-price” (futuros), agora se preocupa em preencher os livros com cafés até a chegada da safra brasileira.

Os diferenciais estão mais firmes! E não apenas para os cafés tidos como de melhor qualidade como o colombiano, e o guatemalteco, mas também para os cafés que normalmente negociam no mesmo nível da bolsa. Por exemplo os café produzidos em Honduras, ao serem entregues na ICE não recebem nenhum prêmio, porém estão cotados à 30 centavos acima!!

Enquanto isso os cafés brasileiros de melhor qualidade negociam no mesmo nível de preço em reais que negociavam quando Nova Iorque estava a 140.00 centavos, ou seja a reposição ficou mais cara, machucando quem precisa honrar seus embarques.

Já a bolsa de Nova Iorque convertida em reais está em 231.88 centavos por libra, ou o menor nível desde meados de novembro, e em euros está a 95.81 centavos, próximo de um importante suporte.

Londres fechou muito ruim, desmororando com fundos incrementando a posição vendida para mais de 25 mil lotes. Para tentar compensar, o Vietnã incrementou seus diferenciais para negociar um pouco menos da metade de sua safra que ainda tem disponível..

A BM&F não caiu na mesma proporção que a ICE, e com isso a arbitragem estreitou.

Curioso notar o nível que negocia o contrato de maio na bolsa paulistana, US$ 161.50 por saca, aparentemente alto se olharmos para o prêmio de ÙS$ 7.20 acima de setembro. Mas se compararmos que o café fino tipo 4, de bebida dura, entregável contra o contrato está negociando a mais de R$ 290.00 por saca, o maio parece barato à US$ 287.53, não? Quem estaria vendido no contrato? Não seria mais interessante recomprar o futuro e vender o físico à um nível mais alto? A liquidez baixa não ajuda claro, mas o número de contratos em aberto não é tão pequeno assim.

Bem, de qualquer forma precisamos que os pontos altistas que estamos apontando aqui consigam atrair compradores no mercado futuro, pois sem eles o mercado continuará à deriva até que fundos, que já estão vendidos, comecem a recomprar suas posições. A falta de interesse de compra é o resultado da frustração dos altistas que estavam comprados e animados quando Nova Iorque estava ao redor de US$ 135.00 centavos, e que foram “forçados” a liquidar suas posições com perda (stops). Os bulls agora tem receio de comprar de novo, e esperam que alguém faça isto por eles.

O relatório de posicionamento dos participantes, COT, mostrou os fundos zerados ou mais vendidos (dependendo de qual relatório se analise). De quarta-feira para cá os fundos venderam mais, pressionando a mola. Uma vez que parem de vender e comecem a recomprar parte de seus shorts, o mercado deve fazer um rally forte e bem rápido. A pressão de vendas de produtores não deve aparecer até que NY chegue próximo de 140.00 cts, ou seja um rally de quase 9.00 centavos pode estar próximo de acontecer.

O fechamento das bolsas de ações, o dólar e as principais commodities dão a impressão que o macro pode dar uma acalmada no curto prazo, e isto acontecendo pode ajudar o café.

Como o mercado tentou fazer novas mínimas e não conseguiu, agora podemos ver NY tentar pegar stops acima de 134.00.

Muitos participantes estão vendidos em volatilidade extremamente baixa, e isso pode provocar uma corrida razoável dos preços, mas não antes de romper (se conseguir) os 140/145.

A sazonalidade da volatilidade encontra um chão em meados de abril, e depois sobe em função do mercado comprar proteção para o frio no Brasil. Aqueles que não começaram a se proteger devem começar a fazê-lo se não quiserem pagar premios mais “gordos”.

Tenham uma ótima semana e muito bons negócios.

Rodrigo Costa*
*Rodrigo Corrêa da Costa escreve este relatório sobre café semanalmente como colaborador da Archer Consulting

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